terça-feira, 10 de julho de 2007

UNE recebeu mais de R$ 5 milhões no governo Lula

http://contasaberta s.uol.com. br/noticias/ detalhes_ noticias. asp?auto= 1807
UNE recebeu mais de R$ 5 milhões no governo Lula Historicamente conhecida por intensas manifestações contrárias a abusos governamentais, a União Nacional dos Estudantes (UNE) parece ter perdido o fôlego nos últimos tempos, apesar do surgimento de diversos casos de corrupção envolvendo autoridades políticas. Esta semana, a entidade comemora os 70 anos de luta em um Congresso em Brasília, sob a bandeira de garantir sua independência. Não é a toa, já que nos últimos anos a proximidade da UNE com o poder público aumentou significativamente, ao menos em termos financeiros. Desde o início do governo Lula, a entidade estudantil recebeu R$ 5,3 milhões da União. O valor corresponde a quase quatro vezes o total de repasses feitos nos oito anos de Fernando Henrique Cardoso. Desse total, só este ano, R$ 2 milhões contribuíram para incrementar as ações promovidas pela UNE. Do montante total repassado desde 2003, a maior parte saiu do Ministério da Cultura. De janeiro para cá, a Pasta comandada por Gilberto Gil foi responsável praticamente pela totalidade do repasse. De acordo com levantamento realizado no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), o dinheiro serviu para financiar atividades de cultura e arte promovidas pela UNE, além do projeto Cinema em Movimento, que tem como objetivo criar um circuito de exibição de filmes longa metragem. Além do empurrãozinho cultural, este ano, a entidade representativa dos estudantes também recebeu recursos da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, órgão vinculado à Presidência da República. A Secretaria repassou R$ 45,6 mil para contribuir com a realização do II Encontro das Mulheres da UNE, no intuito de estimular a organização das mulheres a partir da formação de coletivos feministas nas universidades Apenas no primeiro semestre do ano festivo para os estudantes, o repasse para a entidade em 2007 já é o maior dos últimos 12 anos. Entre 1998 e 2001, ano marcado pelo combate do movimento as privatizações na gestão FHC, a UNE não recebeu um centavo do governo. O mesmo aconteceu em 1996 e, em 1997, o repasse foi de apenas R$ 75. A contribuição financeira da União à entidade só foi se tornar expressiva a partir de 2002, ano eleitoral, em que os repasses atingiram R$ 1 milhão. O curioso é que, desse dinheiro, mais da metade (R$ 536,6 mil) foi transferida em 31 de dezembro, véspera da posse do novo presidente. Para o cientista político da Universidade de Brasília, Leonardo Barreto, os repasses federais influenciam diretamente na mudança de comportamento de entidades civis, sobretudo aquelas que costumam fazer oposição à administração, como a UNE. "O atual governo, de maneira geral, procurou atrair grande parte dos movimentos sociais e fez questão de tê-los ao seu lado durante a gestão. A maneira de conseguir isso na política brasileira é distribuindo cargos ou recursos públicos", salienta. O especialista relembra que a entidade sempre esteve ligada a partidos de esquerdas, sobretudo o PCdoB, que está no comando da presidência da UNE há 15 anos. Diversos líderes fizeram carreira aí, entre eles o ex -presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB – SP), que dirigiu a UNE no início da década de 80 e o atual Ministro do Esporte, Orlando Silva, que foi presidente da entidade entre 1995 e 1997. Enquanto ainda estava na função de secretário-executivo da Pasta Esportiva, Orlando Silva assinou um convênio que repassou R$ 199,6 mil, em 2004, para a entidade que presidiu no passado. O dinheiro serviu para financiar a realização dos 52º Jogos Universitários Brasileiros, realizado no período de 9 a 18 de julho, em São Paulo. Foi a primeira vez que a UNE recebeu recursos públicos para essa finalidade. Na eleição deste domingo (8), o atual presidente da UNE, o também filiado ao PCdoB, Gustavo Petta deverá fazer seu sucessor, a estudante de Jornalismo gaúcha Lúcia Stumpf, mantendo assim o domínio do partido. A previsão é de que a chapa encabeçada por Stmpf obtenha mais de 70% dos votos dos delegados. Se sair vencedora, a "nova" direção refletirá a coalizão governista de Lula, já que além do PCdoB, terá o apoio da maior parte das tendências petistas (Mudança, Movimento de Ação e Identidade Socilista, Democracia Socialista e Movimento PT), PMDB e PDT. Na pauta, a chapa pretende não mais se deixar atrair pelo discurso inflamado de outros tempos. Barreto destaca que nos últimos dois anos, a entidade estudantil pouco se manifestou diante das descobertas de corrupção envolvendo autoridades governamentais. Sem contar que esteve distante das iniciativas mais visíveis do movimento estudantil, como a última ocupação da Universidade de São Paulo (USP), em que a maior parte dos alunos acatou um documento em que ficou registrado que a UNE não os representava. Ao contrário do que acontecia antes, segundo o especialista, em alguns casos, inclusive, os o movimento saiu às ruas em apoio ao presidente. "Não há duvidas de que tais repasses ajudaram a amenizar os ânimos", destaca Barreto. Diante das declarações dos representantes da UNE, que durante o Congresso, levantaram a bandeira de maior independência da entidade, o cientista político diz que a iniciativa satisfatória, mas considera difícil que ela seja atingida em sua plenitude, com a "ajuda" financeira dos cofres públicos. Durante o Congresso os estudantes defenderam para o segundo semestre uma atuação mais combativa e com imagem menos ligada ao presidente Lula. Apesar disso, em entrevista desta semana ao jornal Valor Econômico, Petta nega que a entidade tenha sido nos últimos anos conciliadora demais com o governo. "A UNE sempre teve apoio governamental. A diferença agora é que há diálogo. Fernando Henrique nunca nos recebeu. Paulo Renato (ex-ministro da Educação no governo FHC) só nos recebeu uma única vez, em 2001, para negociar o fim da uma greve", disse. Ele atribuiu ainda a pouca atuação à própria desmobilização dos estudantes. Um levantamento do Ibase e do Instituto Pólis demonstra que 75% dos estudantes entrevistados nunca estiveram em uma associação estudantil e 92% jamais estiveram atrelados a partidos. O Contas Abertas entrou em contato com o assessor de imprensa da UNE, Rafael Minoro, para saber sobre os repasses federais e a proximidade da entidade com o governo, mas ele informou que os representantes da entidade só se manifestariam sobre o assunto na próxima semana, após o término do Congresso em Brasília. Clique aqui para ver o histórico dos repasses à UNE. Mariana Braga e Leandro Kleber Do Contas Abertas



REPASSES DE ÓRGÃOS DO GOVERNO FEDERAL - ADMINISTRAÇÃO DIRETA - À UNE -
UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES
CNPJ´s 29.258.597/0001-50 e 29.258.597/0002-31
(Valores Correntes)
VALORES
REPASSADOS
R$
1995 100.820,00
1996 -
1997 75,00
1998 -
1999 -
2000 -
2001 -
2002 1.036.887,63 Cultura, e R$ 327,63 de Unidade Gestora do M da Educação
2003 600.000,00 Cultura
2004 599.621,97 R$ 199.621,97 do M do Esporte. R$ 400.000,00 da Cultura
2005 1.270.649,30 R$ 27.742,80 da Sec. Esp. Pol. Mulheres. O resto Cultura
2006 845.000,00 Cultura
2007* 1.998.170,89 Cultura R$ 1.952.588,43 e Presidência da República R$ 45.582,46
* Até 02/07
Em 2002, do total repassado (R$ 1.036.887,63),
R$ 536.560,00, foram transferidos em 31 de dezembro.
Eventuais repasses de empresas estatais e sociedades
de economia mista (PETROBRÁS, ECT, BANCO DO BRASIL,
CEF, etc), não estão incluídos, pois as estatais não lançam dados no SIAFI.
ANO
REPASSES DA UNIÃO À UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES - UNE
OGU 1995 ATÉ OGU 2007

Um comentário:

Anônimo disse...

Who knows where to download XRumer 5.0 Palladium?
Help, please. All recommend this program to effectively advertise on the Internet, this is the best program!