terça-feira, 10 de julho de 2007

Pela formação interdisciplinar

http://www.unb.br/acs/unbagencia/ag0707-15.htm

06/07/2007 - MOVIMENTO ESTUDANTIL
Pela formação interdisciplinar
Em palestra promovida pelo Congresso da UNE, reitor da UnB defende o projeto Universidade Nova e o ensino a distância
MARCELA HEITOREstagiária da UnB Agência
Daiane Souza/UnB Agência
Mulholland defende formação universitária mais ampla e menos especializada
“Mais que um espaço de preparação profissional, as universidades públicas do país devem ser sede de formação de cidadãos capacitados para atuar no século XXI”. Para o reitor da Universidade de Brasília (UnB), Timothy Mulholland, o papel das instituições federais de ensino superior é formar pessoas com visão interdisciplinar, que não se limitem à trilha de uma profissão ou especialidade. Ele defendeu o projeto Universidade Nova em debate realizado na tarde do dia 5 de julho, pela programação do 50° Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Mulholland acredita que uma formação universitária mais ampla possibilitará aos estudantes melhor adaptação ao mundo profissional. “Vivemos tempos de transformações constantes, que não se restringem a cerca de 40 profissões”, explica. Para o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Arquimedes Diógenes Ciloni, o ensino superior público do Brasil precisa de medidas urgentes para conseguir atender devidamente à sociedade. Nesse contexto, o projeto Universidade Nova seria, de fato, uma proposta viável.
Daiane Souza/UnB Agência
Ciloni aposta na assistência estudantil para diminuir elitismo
ALTERNATIVA - Segundo Ciloni, o ensino superior brasileiro é altamente elitista: apenas dois entre cada 10 estudantes estão matriculados na rede pública e os oito restantes em instituições privadas. A educação a distância seria, para Ciloni, uma alternativa para combater essa desigualdade. “São cerca de um 1,6 milhão de professores leigos dando aulas pelo país. Como admiti-los nas universidades se não há mais espaço físico nas instituições? O ensino semi-presencial seria uma forma de enfrentar o problema de educação no Brasil”, avalia o presidente da Andifes.
Mulholland acredita que a proposta não pode mesmo ser descartada. “A educação a distância é uma alternativa que deve ser usada como estratégia para combater a dificuldade que temos de implantar universidades em todas as regiões do país. Mas só quando formarmos as primeiras turmas em andamento, daqui uns dois anos, teremos o balanço real da importância dessa modalidade para o ensino”, pondera o reitor da UnB.
EIXOS DA REFORMA - O estudante de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do ABC Paulista e diretor de inclusão digital da UNE, Leandro Chemalle, 28 anos, acredita que o ensino a distância e a Universidade Nova são, de fato, os dois eixos principais da reforma universitária. “É preciso dar atenção às alternativas de um novo modelo de ensino superior, já que o atual não está contemplando todo mundo”, avalia. Ele defende que, se o governo não oferecer cursos a distância para a sociedade, milhares de pessoas terão de ingressar no ensino privado.

Daiane Souza/UnB Agência
Maria do Céu critica ensino a distância e quer valorização dos professores
A representante do Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes) Maria do Céu de Lima, discorda da política de ensino a distância. “Não é a mesma coisa. É como o Congresso da UNE: seria bem diferente se não estivéssemos todos aqui”, compara. Para ela, os professores ainda não são valorizados como deveriam, o que impede a expansão do ensino superior no Brasil. “O Andes é a favor da expansão do sistema federal de educação, mas isso só acontecerá quando os docentes conseguirem salários e condições de trabalho dignos”, aposta.

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