quinta-feira, 22 de maio de 2008

CONVITE: As linguagens do conflito - 40 anos do movimento de 68

Fonte: e-mails
CONVITE
As linguagens do conflito - 40 anos do movimento de 68

Dia: 27 de maio - 19h
Academia Brasileira de LetrasAv. Presidente Wilson, 203, Rio de Janeiro, Centro.
Entrada franca. Vagas limitadas.Realização do Instituto Italiano de Cultura, do Rio de Janeiro (IIC),em colaboração com a Academia Brasileira de Letras (ABL) e aUniversidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Encontro propõe uma releitura e analisa os reflexos do movimento de 68no Brasil e na Europa contemporâneosNo próximo dia 27 de maio, terça-feira, um encontro na AcademiaBrasileira de Letras vai reunir ativistas do movimento de 68 na Europacomo o filósofo italiano Gianni Vattimo, o professor de Literatura daUFRJ, Andrea Lombardi, além do pesquisador e professor de Comunicação daUSP, Massimo Di Felice e de Yakuy Tupinambá, militante do MovimentoIndígena Tupinambá. Coordena a mesa-redonda o Presidente da AcademiaBrasileira de Letras, Cícero Sandroni.Para os organizadores, As linguagens do conflito o que está em debate,após 40 anos, não é a validade do conjunto do movimento de 68, a direçãoe os efeitos que ele teve – aspectos esses, em relação aos quais asopiniões podem naturalmente divergir.Importante hoje é verificar uma das características que otornaram tão relevante na época: trata-se essencialmente de seu caráterde movimento, em que se juntavam diferentes contribuições da tradição(do situacionismo de Guy Débord, ao protesto beatnik, da rebelião contrao autoritarismo típico de uma revolta das novas gerações, ao protestoengajado em favor da paz e contra a guerra, particularmente à época,contra a guerra do Vietnã): a afirmação de uma cultura do conflito(entendida então como fato material e metafórico), que conseguiu umamobilização generalizada das novas gerações, numa medida até entãoinimaginável e não prevista.Em 68, os participantes do movimento defendiam novos sujeitos deuma nova geração (os mais jovens, as novas gerações). Hoje há novossujeitos sociais e étnicos, como os representantes dos povos nativos,que defendem uma transformação. Acreditam os organizadores que cadamovimento que defende transformações abre para novos espaços de debate.Os convidadosEntre os participantes, o mais conhecido internacionalmente é GianniVattimo, um dos filósofos europeus mais destacados da atualidade,particularmente no debate sobre o tema do pós-moderno, e que desempenhoutambém um papel crítico e institucional ao exercer a função de deputadono Parlamento Europeu. Defensor de uma hermenêutica pós-nietzscheana epós-estruturalista, Vattimo é professor de filosofia da Universidade deTurim, onde se graduou e estudou com Hans-Georg Gadamer e LuigiPareyson. Foi professor visitante das universidades americanas de Yale,Los Angeles, New York University, State University of New York. Recebeuo título de laurea honoris causa em diversas instituições acadêmicas devários continentes. É membro de comitês científicos de várias revistasitalianas e internacionais, editor da "Rivista di estetica", e membro daAcademia de Ciências de Turim. Atualmente é vice-presidente da Academíade la Latinidade.Yakuy TupinambáMilitante do Movimento Indígena Tupinambá e membro da liderança docacicado da aldeia Tupinambá de Olivença (Ilhéus/Bahia). Autora devários textos, publicados, entre outros, nas coletâneas Índios na visãodos índios, na rede indiosonline (http://www.indiosonline.org.br/) e emIndiografie (Costa & Nolan/Itália). É atualmente estudante de Direito naUniversidade Federal da Bahia – UFBA. Yakuy é uma defensora de umpensamento indígena autônomo.Um debate com muitas perspectivasPara os organizadores, teremos que aproveitar os novos espaços dedebate, pois um novo caminho pode emergir do Profundo Ocidente. Ou seja,uma nova postura ética e uma visão de mundo alternativa podem serescutadas nas falas dos povos nativos, algo mais perto de nós e algomais denso e intrigante do que nos vem do Oriente, que às vezes lemos emmanuais de auto-ajuda ou de filosofias baratas. Talvez, hoje, mais doque provocar um movimento, teremos que afinar e melhorar nossa escuta.Escuta do que há de novo nessa sociedade. Pois há muito de velho nessanossa sociedade do Novo Mundo, mas há algo de novo também.Substancialmente, 1968 pode ser lembrado como um período de grandemovimento, que afirmou a cultura da diversidade e do conflito. E hoje,na barbárie de um mundo intercomunicante, mas à procura das própriasraízes e de novos significados, o conflito pode ser ainda um objetivocapaz de afinar nossa leitura do mundo. Se então se dizia que atransformação do mundo era essencial, hoje podemos afirmar que sabemosque isto não é tão fácil como parecia, mas reler o mundo podesignificar, como projeto mínimo e máximo, a releitura de nós mesmos, e,portanto, uma transformação. Alguns pontos a serem pensados e discutidosno debate1.Há duas visões (a européia e a "americana-brasileira" que dialogamnesse debate, ou melhor: três perspectivas, incluindo a dos índios (ospovos nativos): uma visão do profundo Ocidente. Uma visão multilateral,multiétnica, a perda da centralidade.2.A apropriação da tecnologia digital por indivíduos e coletivos daperiferia e pelos povos nativos (por exemplo, através da Indiosonline,uma rede da internet criada por uma ONG alternativa, a Thydewahttp://www.indiosonline.org.br/ ); os estudod e a congregação dessasexperiências em eventos organizados pelo Cepop/Atopos, grupo de pesquisada ECA-USP http://www.grupoatopos.blogspot.com/ ; a atuação de ONGseuropéias como a Zoe-Onlus http://www.zoeonlus.it/attivita_n.htm , quevem dando voz aos representantes dos povos nativos, amplificando-a naEuropa através de livros como o Indiografie, lançado na Itália em 2007.3.Se o movimento de 68 defendia uma nova postura, hoje o mundo necessitade uma nova ética. Os índios estão na internet e realizam vídeos: umanova era já começou.4.O movimento de 68 afirmava a necessidade de uma transformação domundo. Hoje sabemos que transformar o mundo é difícil ou – talvez – nemé algo tão positivo! Talvez agora teremos que ler o mundo de formadiferente. No mínimo, nosso objetivo pode se tornar uma transformação daleitura do mundo e, portanto uma transformação de nós mesmos. O mínimo e.. o máximo também: eles coincidem.5.Não existe mais uma única verdade (desde o filósofo Nietzsche,incluindo a leitura do próprio filósofo italiano Gianni Vattimo). Maspode haver hoje a percepção de um caminho diferente. Caminho em gregotem vínculos etimológicos com a palavra metodein, ou seja: o queprecisamos é um método diferente.6.Como teremos três representantes italianos no debate, é importanteconsiderar que a tradição da cultura italiana, que vai muito além daunificação recente do século XIX, lida desde sempre com a diversidade, omultilingüísmo e o multiculturalismo, como na cultura brasileira, e vêcom muita simpatia a emergência de novos sujeitos sociais. Desde a IdadeMédia e a Renascença convivem na península italiana (bem antes daUnificação) povos e etnias e línguas diferentes (15 línguas, 24 famíliasde dialetos). Esta tradição do debate, que valoriza o conflito comoparte indispensável da prática democrática, é algo bem arraigado natradição italiana, aberta desde sempre a espaços de debate e idéiasnovas. Eventos recentes, que parecem contradizer essa tradição, devemser entendidos como entraves temporários, que o tempo se encarregará desuperar.Maiores informações:ABL - Assessoria cultural: (021) 39742543 ABL - Assessoria de imprensa(21) 3974 2552Instituto Italiano de Cultura/ RJ: (21) 35344334UFRJ: Andrea Lombardi: (21) 82086138 lombardi.andrea@gmail.com, AnápuákaMuniz Pataxó Hã-hã-hãe (21) 88035550/33139424Anápuáka Muniz Pataxó Hã-hã-hãe (Etnia Tupinambá) - TI Pataxó Hã-hã-hãe- Aldeia Água Vermelha / Pau Brasil - BA TIC e Agente Cultural IndígenaRua 27, nº.330 fundos Bairro Santa Cruz Rio de Janeiro - RJCEP:23.595-185 (21) 3313.9424 (21) 8803.5550 (21) 8617.0413Visitem: http://webradiobrasilindigena.wordpress.comehttp://www.indiosonline.org.brMSN:erickmuniz@ig.com.brGoogleTalk: anapuaka.indiosonline@gmail.comSkype: anapuakapataxo

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