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Via Campesina ocupa Porto do Pecém
Hoje, desde as 5h da manhã, o Complexo Portuário do Pecém está ocupado por cerca de mil pessoas. O protesto faz parte da Jornada Nacional de Lutas da Via Campesina. As principais pautas do Ceará são a oposição ao projeto de instalação de cinco termoelétricas, uma refinaria e de uma siderúrgica no Complexo, o que pode vir a causar imensos danos ambientais e sociais. Além disso, a Via Campesina protesta contra a Transposição do Rio São Francisco e a alta dos preços dos alimentos.O Complexo foi ocupado por ser a maior saída das exportações do Ceará, principalmente de alimentos.Contatos: 8630.1710 (Flávio) e 9947.9131 (Monyse)Panfleto explicativo segue abaixo e em anexo.VIA CAMPESINA
Em Defesa da Agricultura Camponesa !Contra o Agronegócio e a Transposição do Rio São Francisco! O atual modelo econômico transforma os alimentos, as sementes e os recursosnaturais em mercadoria, para atender os interesses, o lucro e a ganância das grandesempresas transnacionais. Para isso, desmata, privatiza, se apropria das terras, daságuas, dos minerais e da biodiversidade. Aumenta a exploração dos homens e mulherestrabalhadoras, precariza e retira os direitos trabalhistas, aumenta o desemprego, apobreza e a violência.
Ao ocupar o Complexo Industrial Portuário do Pecém estamos denunciandoà sociedade cearense o modelo excludente de desenvolvimento do Estado, fortalecidopela política econômica do governo Lula. O Pecém culmina em seu Complexo o modelode desenvolvimento que privatiza a água, a terra, a produção de energia e a política deexportação de alimentos e minérios comandados pelas multinacionais.O Complexo do Pecém está localizado a 60 km de Fortaleza, no município deSão Gonçalo do Amarante, sendo sua marca , desde a instalação, os danos ambientais ea expulsão das comunidades tradicionais que habitavam seu território. Aprofundandoo impacto ambiental é seu projeto de construção das 5 termoelétricas em áreas comgrande fragilidade ambiental, sob planície litorânea, cordão de dunas móveis e fi xas esob uma bacia hidrográfi ca, o que irá ocasionar a presença constante de chuvas ácidasde 80 km a 300 km do local, além de causar imensos danos a saúde humana como reaçõesalérgicas, câncer pulmonar e de pele, entre outros graves prejuízos aos seres humanos eà natureza.Por esses motivos denunciamos. Por estas razões somos contra a transposiçãodo rio São Francisco, projeto que não atende às necessidades das populações que vivemno semi-árido. Somos contrários à privatização da Amazônia, que visa apenas benefi ciaro hidronegócio e o agronegócio. Lutamos contra o atual modelo energético de grandeshidrelétricas.Estamos mobilizados e queremos mudar essa realidade, defendemos aconstrução de um modelo agrícola e hídrico, baseado na agricultura camponesa, nareforma agrária, na distribuição de renda e na fi xação das pessoas no meio rural. Lutamospara que a agricultura brasileira seja controlada pelo povo de nosso país, assegurandoa produção de alimentos como nosso caminho na construção da soberania popular enacional.Nossa luta é para construir uma sociedade justa, igualitária e democrática,onde as riquezas sejam repartidas e compartilhadas em nosso ideal de solidariedadee justiça social.
"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é"
terça-feira, 10 de junho de 2008
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