domingo, 15 de junho de 2008

UnB terá voto paritário

FONTE: UNB

UnB terá voto paritário
Próxima eleição para reitor terá peso igual para todos os segmentos. Placar da votação foi 35 a favor e 27 contra
André Augusto Castro
Da Secretaria de Comunicação da UnB
A próxima eleição para reitor da Universidade de Brasília (UnB) terá paridade, com peso igual (33%) no voto de professores, servidores e estudantes. A decisão foi tomada na reunião do Conselho Universitário (Consuni) desta sexta-feira, 13 de junho. O placar da votação foi de 35 votos a favor, 27 contra e quatro abstenções.
A votação ocorreu depois de 3h15 de debates acalorados no auditório da Reitoria. Após o anúncio da decisão, estudantes e servidores comemoraram bastante. O piso do auditório chegou a vibrar. A reunião foi suspensa na sequência da apuração dos votos e deve continuar na sexta-feira, 20 de junho, na continuação da sessão.
Até a decisão, o segmento docente possuía 70% do peso, enquanto estudantes e servidores dividiam por igual os 30% restantes. Emocionado, o coordenador- geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UnB, Fábio Felix, atribui a vitória à mobilização dos segmentos em prol da paridade.
AMBIENTE RESPEITOSO - Para ele, a decisão favorável não resolve todos os problemas na gestão da universidade, mas abre possibilidades para mudanças. “Foi uma vitória muito bonita porque resultou da nossa luta. Nas últimas semanas, ‘demos nosso sangue’ por essa causa e não tivemos tempo nem mesmo para as nossas famílias”, diz Felix.
Favorável à paridade, o reitor pro tempore da UnB, Roberto Aguiar, avalia que, a partir de agora, a universidade será construída a partir de uma estrutura de diálogo. “Fiquei muito feliz com a decisão. Ela deu-se dentro de um ambiente respeitoso, no qual todos puderam se manifestar. Não houve cerceamento de idéias nem limitação à liberdade de expressão”, observa o reitor.
Integrante da comissão que elaborou as regras para o Consuni debater, um dos coordenadores do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Antônio Guedes, avalia o resultado como positivo. "Conversamos com professores e alunos para elaborar regras que pudessem passar pelo Consuni. A paridade é um processo importante na democratização da universidade" , destaca.
AUTONOMIA - O vice-reitor pro tempore da UnB, José Carlos Balthazar, que também votou a favor da paridade, avalia que o processo foi amplamente aberto e permitiu o debate entre os diferentes setores. “O importante é que houve consulta às unidades acadêmicas, por meio dos colegiados. Temos certeza de que a decisão representou a vontade da comunidade acadêmica. Neste momento, as eleições paritárias são a única forma de pacificar a universidade” , analisa o vice-reitor.
Também integrante da comissão que elaborou as regras, o professor da Faculdade de Tecnologia Paulo Cesar Marques considera a decisão do Consuni uma grande vitória para a universidade. "É uma afirmação de e da vontade de mudar. Apesar de toda a argumentação, o conselho conseguiu entender a vontade que a comunidade tem", elogia Marques.

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