Companheiros e Companheiras,Enviamos em anexo, a Carta Aberta ao Povo de Rondônia, conclamando a todos os democratas, trabalhadores, intelectuais honestos e estudantes a apoiar a ocupação dos camponeses pobres na Fazenda Santa Elina, em Corumbiara - Rondônia.Para assinar a carta, basta enviar o nome completo e entidade/organizaçã o que participa para o email do DCE/UNIR:dce_unir_2008@ yahoo.com. br
Maiores informações no telefone21822175
Saudações de LutaDiretório Central dos Estudantes Gestão "Dias de Luta"
Carta Aberta
Ao povo de Rondônia
Aos camponeses, trabalhadores, intelectuais, democratas e honestos de todo o Brasil.
Na tarde do dia 11 de maio, famílias sobreviventes do massacre de Corumbiara, juntamente com outros camponeses da região, tomaram a fazenda Santa Elina em Corumbiara.
O massacre no qual inúmeros camponeses foram vítimas ocorreu nesta fazenda no dia 9 de Agosto de 1995, quando com a autorização do então governador do estado de Rondônia Valdir Raupp, tropas da polícia militar, juntamente com pistoleiros do latifundiário Antenor Duarte, atacaram de madrugada as mais de 600 famílias ali existentes.
Após serem dominados, os camponeses de Santa Elina presenciaram execuções sumárias e sofreram inúmeras torturas.
Neste fato que teve repercussão internacional, de acordo com os dados oficiais foram assassinados 9 camponeses pobres, incluindo a pequena Vanessa de 7 anos de idade, vários desaparecidos, além de mutilados e outras seqüelas físicas e psicológicas.
Logo depois de ocorrido o massacre, o então candidato a presidente, senhor Luís Inácio esteve em Corumbiara, e prometeu as vítimas de Santa Elina que "se um dia fosse eleito, indenizaria as vítimas, cortaria a fazenda Santa Elina e puniria os responsáveis pelo massacre". Hoje 13 anos após o ocorrido e 6 anos de mandato, nada foi cumprido.
Em 2001, organizou-se o Comitê de Defesa das Vitimas de Santa Elina - CODEVISE e em agosto de 2007, com o apoio da Liga dos Camponeses Pobres - LCP os camponeses de Santa Elina estiveram em Brasília para cobrar as promessas feitas a eles. Lula foi incapaz de receber as famílias. A Comissão Especial de Direitos Humanos e o ministro de Direitos Humanos Paulo Vanucci prometeram que em 2 meses tudo seria resolvido. Mas até hoje nada foi resolvido. Em Rondônia, os camponeses estiveram por várias vezes em Porto Velho denunciando sua situação de miséria e abandono, mas nenhuma autoridade fez nada, a não ser promessas vazias. Com razão, os camponeses cansaram de esperar. Cansaram de ver seus companheiros aleijados por balas, seus filhos com olhos queimados por gás lacrimogêneo, e de fato, não mais acreditam em falsas promessas. Decididamente, entraram na fazenda Santa e tão logo iniciarão seu corte, dando vida nova a esta terra manchada pelo sangue derramado do povo camponês.
Resta-nos saber agora qual a providência que os governos estadual e federal irão tomar. Mandar a polícia com pistoleiros para massacrar novamente os camponeses , como fez em 1995?
No dia 19 de maio, (8 dias após a ocupação), o Juiz Cristiano Gomes Mazzini, da Vara Cível da Comarca de Colorado do Oeste concedeu Liminar de Reintegração de Posse determinando um prazo de cinco dias para que os ocupantes da Fazenda Santa Elina deixem pacificamente o local atribuindo uma multa absurda de R$ 2 mil reais por dia de atraso ao não cumprimento da decisão. Além disso, sabe-se que é grande a mobilização de guaxebas nas fazendas da região.
Já basta! Não podemos permitir que novamente os camponeses pobres sejam massacrados!
Qualquer coisa que venha acontecer às famílias será de responsabilidade da Comissão de Direitos Humanos, do ministro Vanucci, do governador Ivo Cassol e do presidente Lula! Até hoje os direitos das vítimas de Santa Elina vêm sendo desrespeitados! Desta maneira, tomamos a liberdade de nos dirigir aos rondonienses, com humildade, mas reconhecendo que nossas assinaturas nesta carta representam significativa parcela dos democratas brasileiros, no sentido de manifestar apoio e esperança aos camponeses que lutam pela terra ao mesmo tempo em que repudiamos toda a forma de tratar o problema agrário brasileiro como caso de polícia.
As organizações classistas e personalidades signatárias desta carta conclamam ao povo de Rondônia e toda a sociedade brasileira a se colocar em luta pela defesa e apoio a ocupação de Santa Elina, pois seu corte significará um novo horizonte diante de tantas injustiças e massacres feitos pelo latifúndio em nosso país. Pelo corte imediato da Fazenda Santa Elina!
Considerando o conteúdo dos fatos acima, os signatários manifestam sua solidariedade ao movimento camponês e exigem o corte imediato da Fazenda Santa Elina.
Porto Velho, 30 de maio de 2008
DCE-UNIR – Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Rondônia
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário