terça-feira, 13 de maio de 2008

Matéria da FSP: Cuba foi principal inspiração dos protestos na América Latina

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u396993.shtml
30/04/2008 - 16h15
Cuba foi principal inspiração dos protestos na América Latina
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FERNANDA BARBOSAColaboração para a Folha Online
O movimento estudantil da década de 60 na América Latina surgiu apoiado nos mesmos pilares que os protestos em todo o mundo: a contracultura, baseada na mudança dos paradigmas sociais, ea libertação em relação aos governos autoritários.
Porém, os latino-americanos possuíam razões particulares para os protestos. A luta também era contra o subdesenvolvimento econômico, as difíceis condições de vida e as ditaduras militares. Além dos aspectos de contestação cultural, os protestos tinham viés político.
Reprodução
Che Guevara, o médico argentino que lutou na Revolução Cubana
O ano de 1968 é o momento em que os movimentos estudantis atingem o ápice do seu protesto na América Latina e são sufocados pelos governos autoritários. Após 68, os jovens latino-americanos partiram para outro tipo de luta: a guerrilha armada contra a ditadura.
Após a Revolução Cubana, em 1959, os países da América Latina passaram a considerar que uma revolução poderia ser feita em pouco tempo e sem o apoio de um grande partido e de uma base de apoio popular, segundo Antônio Roberto Espinosa, doutorando em Relações Internacionais e ex-comandante da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) e da VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares) --organizações armadas que organizaram ações contra a ditadura militar brasileira.
"O barco Gramma, que partiu do México para Cuba, tinha 80 pessoas. Apenas 17 delas sobreviveram após os confrontos na chegada, e foram esses que subiram a Sierra Maestra e, em dois anos, derrotaram a ditadura de Fulgêncio Batista. Na época, Cuba era idolatrada", diz ele.
Cuba representava no começo dos anos 60 a capacidade jovem de mudar o mundo. A Cuba libre -refrigerante com rum-e o charuto Colibra entraram na moda; a juventude latino-americana também queria fazer a revolução. Com isso, começam a se fortalecer os movimentos guerrilheiros, como as Farc e a ELN na Colômbia.
"A Colômbia era um exemplo para nós. Tinha uma parte do território libertado. A Venezuela também, por sua guerrilha ativa e durável", acrescentou o professor.
Golpe militar
1972 - Reuters
Fidel Castro (à esq.) e Salvador Allende (à dir.), durante visita do presidente cubano ao Chile
Segundo Espinosa, no Brasil, a força do movimento anti-repressão começa depois, já que o país vivia sob regime democrático até 64. Somente a partir do golpe militar, os jovens se organizaram em movimentos de guerrilha para derrubar o governo vigente.
De certo modo, os governos autoritários dos outros países da América aceleraram a organização de protestos e da guerrilha.
O Chile também teve uma peculiaridade. Ao contrário dos outros países, o movimento operário teve apoio do Partido Socialista e do movimento comunista, que eram mais reticentes nos outros locais.
A vitória de Salvador Allende (1970-1973), em 1970, ocorreu na esteira de 68. Apesar de ter sido beneficiado pelas divisões da chapa concorrente, ele foi eleito apoiado em suas idéias socialistas, idéias que já fervilhavam na mente de muitos jovens da América Latina.
Saiba mais sobre o contexto histórico dos países da América Latina em 1968
Fonte: Enciclopédia de Guerras e Revoluções do século 20
Fonte: Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe

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