Estudantes param o trânsito, outra vez
Qua, 06 de Maio de 2009 11:58 Dia a dia
Estudantes fecharam a entrada do Campus Universitário e levaram a manifestação para as principais ruas do Aleixo e Coroado
Pelo segundo dia consecutivo, estudantes fazem protesto nas ruas pelo retorno ao direito a 120 créditos de meia-passagem.
Aproximadamente mil estudantes universitários fizeram ontem, por mais de três horas, mais um protesto contra redução na quantidade de meias passagens. A manifestação teve início em frente ao campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e causou congestionamentos nas avenidas Rodrigo Otávio, Efigênio Sales, André Araújo, Cosme Ferreira e ruas próximas. Conforme o gerente de fiscalização do Instituto Municipal de Trânsito (Imtrans), Uarodi Guedes, o trânsito ficou comprometido em 50 quilômetros nessas vias. Durante a manifestação, dois estudantes, Paulo Henrique Susmikat, 22, e Júlio Holanda, 21, foram detidos por baderna e encaminhados ao 3º Distrito Integrado de Polícia (DIP).
Os estudantes programaram para hoje mais quatro protestos, porém se a Câmara Municipal permanecer com a decisão de reduzir a quantidade de meias passagens há previsão de que pelo menos 13 pontos da cidade sejam interditados. Segundo o presidente do Diretório Estudantil da Escola Ângelo Ramazzotti, Manoel Almeida, mesmo que a Câmara seja a favor dos estudantes algumas das principais vias da cidade, como André Araújo, Grande Circular, Paraíba e Mário Ypiranga serão interditados em protesto contra ao que chamaram de omissão do executivo municipal, que não se manifestou quanto a redução das meias passagens. “Na melhor das hipóteses vamos parar quatro pontos da cidade, mas se a Câmara não recuar e rever a quantidade de meias passagens para os estudantes vamos paralisar 13 pontos de Manaus. Estamos lutando por um direito conquistado com muita luta e não vamos abrir mão dele de uma hora para outra. Amanhã (hoje) de manhã, às 9h, nosso compromisso é na Câmara de Manaus e as 14h é nesses pontos de protesto”, informou. Se a quantidade de meias passagens não for revista os alunos prometem fazer manifestações amanhã na av. Djalma Batista e na quinta-feira no Centro, partindo da Praça do Congresso. Segundo o acadêmico de engenharia florestal, Antônio Rodrigues, 25, a manifestação no campus da Ufam foi “puxada” pela classe estudantil como um todo, que se sente prejudicada com a redução na quantidade de meias passagens. Conforme ele, o movimento não teve uma liderança específica. “Estamos aqui para informar os estudantes sobre a importância de defender um direito que é nosso, não para defender legendas partidárias. Não precisamos da meia passagem só para ir e vir da faculdade, nossas atividades escolares e acadêmicas vão além disso e não podemos ser prejudicadas desse jeito. A população também tem o direito de saber com base em que os empresários querem o reajuste da tarifa, cadê a planilha de custos que até hoje não foi divulgada?”, questionou. Agentes da Polícia Militar e da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) acompanharam toda a movimentação dos estudantes, desde a saída da Ufam, até a manifestação realizada em frente ao colégio Ângelo Ramazzotti e o retorno ao campus universitário, onde o protesto foi finalizado às 20h40. Até o fechamento desta edição os dois estudantes detidos permaneciam no 3º DIP, onde seriam ouvidos pelo delegado plantonista e, devido ao crime de que foram acusados, assinariam um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e seriam liberados.
Nova emenda na Câmara
Após muita pressão dos estudantes, que estiveram ontem em frente à Câmara Municipal de Manaus em protesto à redução dos créditos de meia-passagem, o presidente da Casa, Luiz Alberto Carijó, anunciou que ainda hoje colocará em deliberação o projeto de emenda do vereador José Ricardo (PT) que restabelece o direito aos estudantes a 120 créditos mensais. A redução da meia-passagem foi aprovada por unanimidade, no final do ano passado, e passou a vigorar no final de semana. Desde segunda-feira, os estudantes se mobilizam em protestos pela cidade, como ocorreu na noite de segunda-feira quando uma passeata praticamente parou o trânsito na bola do Coroado e na avenida André Araújo, Aleixo, Zona Centro-Sul. Ontem pela manhã, aproximadamente 200 alunos voltaram à carga e foram para a porta da CMM. Eles queriam ser recebidos pelos vereadores e ter a garantia das mudanças. Os portões estavam fechados e a guarda municipal foi chamada para fazer a segurança no local. Do carro de som, os estudantes mandavam seus recados: “Aqui não tem vândalo e sim cidadão. Queremos entrar na “casa do povo” para dizer que com 44 passes não dá para se ter acesso a uma educação integral como é nosso direito”, disse o presidente da União Municipal dos Estudantes (Umes), Yan Evanovick. Já a estudante Priscilla Senna, do curso de Design da Ufam, reclamava da injustiça. “Muitos estudantes fazem estágio, cursos de final de semana e não é certo gastar a metade do salário mínimo com passagem”O palanque dos estudantes também deu espaço para os políticos. Os vereadores José Ricardo, Mário Frota, Ademar Bandeira e Eduardo Castelo subiram no carro de som para “prestar apoio aos estudantes”. A pedidos dos vereadores, o presidente Carijó foi ate à rua e sugeriu a formação de uma comissão com 10 integrantes, mas os estudantes recusaram a proposta. Por fim, Carijó autorizou a entrada de todos. Dentro da Câmara, os discursos ganharam caras novas mas refletiram idéias antigas. Wilker Barreto defendeu uma discussão técnica ampla com estudantes e empresários enquanto Mário Frota criticou os colegas que o antecederam por terem aprovado a redução da meia-passagem. “Quem manda em Manaus são os donos de ônibus e esse plenário, no passado, atendeu as suas exigências”, disse. O projeto de emenda à Lomam, de autoria do vereador José Ricardo e que, segundo Carijó, começará a tramitar hoje, assegura aos estudantes o direito a 120 créditos de meia-passagem ao mês, para uso no transporte coletivo urbano de passageiros. A meia-passagem não será usada apenas para ir à escola, mas para atividades extra-classe também. Alem disso, a emenda obriga aos empresários a publicar, por meio de cartazes no interior do ônibus, o valor da moeda com a indicação do artigos e parágrafo da Loman que obriga o troco integral e o número de telefone da empresa ou órgão de fiscalização do poder publico. A proposta de emenda já conta com 16 assinaturas. Durante a manifestação de ontem, o presidente da Umes, Yann Evamovick, anunciou a criação de uma agenda semanal, com realização diária de manifestações em diversos pontos da cidade. Ontem, os estudantes fecharam a entrada do Campus Universitário e hoje anunciam uma manifestação na avenida Djalma Batista (ver matéria). Ele também anunciou que as lideranças estudantis estão se mobilizando para um abaixo-assinado com milhares de assinaturas de estudantes prejudicados pela redução da meia-passagem.
Briga entre as lideranças
Os representantes da Força Jovem Estudantil (Forjet) e Movimento Democrático Estudantil (MDE) estiveram na redação do EM TEMPO na tarde de ontem para informar que, na manhã de hoje devem protocolar um documento junto ao Ministério Público do Estado (MPE) para denunciar que os atuais movimentos estudantis, responsáveis por protestos que interditam o trânsito nas principais vias da cidade, estão prejudicando a população. No documento, os representantes dos movimentos disseram que também vão pedir ao MPE que levante informações para saber quem está por trás dos protestos que estão impedindo estudantes de várias faculdades particulares de estudar. “Queremos saber quem está ‘bancando’ toda essa baderna que está sendo feita na cidade porque com certeza deve ter algum político por trás disso tudo”, disse o presidente do MDE-AM, Marcelo Generoso.O dois movimentos informaram ainda que vão sugerir ao MPE e à Câmara Municipal de Manaus, a criação de um comitê para a elaboração de uma emenda à Lei Orgânica do Município (Lomam) que não prejudique os empresários, a classe estudantil e nem a população. De acordo com Marcelo Augusto Lemos, do Forjet, há dois anos, os dois movimentos participaram de uma fiscalização acompanhada pelo MPE, quando apreenderam aproximadamente 3 mil carteirinhas estudantis (Passa-Fácil Estudantil) que eram utilizadas por terceiros. “Na época fomos até a Câmara levar a situação ao conhecimento dos vereadores, mas eles nos chacotearam e alguns até riram da nossa cara. Mas, o que queríamos naquele momento era alertar a população do que acabou acontecendo hoje – a redução da meia-passagem”, relatou.O presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes), Yann Evanovick, rebateu as acusações da Forjet e do MDE acusando Marcelo Generoso de querer negociar a meia-passagem com os empresários e vereadores e de ser funcionários de uma empresa de transporte público. O estudante disse que a Constituição não reconhece a Forjet e o MDE como entidades estudantis e que só reconhece a UNE e a Ubes.
MICHELE GOUVÊA, sídia ambrósio e ive ryloEspecial para o EM TEMPO
diadia@emtempo.com.br
Um comentário:
Sei muito bem uma coisa: ENQUANTO CERTAS PESSOAS ESTÃO LUTANDO POR UMA CLASSE MAIS JUSTA ONDE TODOS SEM EXCESSÃO PODERÃO OPNAR, SABER E ESTAR A PAR DO QUE OCORRE NAS DECISÕES TOMADAS EM PROL DE TODOS, CERTOS GRUPOS..QUE SE FORTALECEM EM SUA PLENA MESQUINHARIA , MESQUINHARIA SIM! INDIVIDUALISMO, QUEREM TOMAR O FILHO NAS MÃOS E DIZER OLHA EU SOU O PRESIDENTE(A) OU EU SOU A LIDERANÇA ATRÁVES DE MIM (MANIPULANDO CABECINHAS) A VITÓRIA FOI CONQUISTADA!
ACORDA! SANTA UNIFICAÇÃO!
NA HORA DO PAVOR DEIXAM O OUTRO MORRER SOZINHO!
A
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