domingo, 24 de maio de 2009

FONTE; http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2405200904.htm

Entidades contra CPI recebem de estatal


São Paulo, domingo, 24 de maio de 2009
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Nos últimos 3 anos, Petrobras injetou R$ 12 mi em projetos de CUT, UNE e ABI, que protestaram contra investigaçãoEmpresa afirma que ações financiadas dão visibilidade à marca; entidades dizem que ataque a CPI tem foco em seu conteúdo partidário
RUBENS VALENTEANA FLORDA REPORTAGEM LOCAL
Entidades que promoveram uma passeata na última quinta-feira, no centro do Rio de Janeiro, contrária à instalação da CPI da Petrobras, no Senado, -e que anunciam uma onda de manifestações no país- tiveram projetos financiados pela estatal no valor de R$ 12 milhões entre 2006 e 2009.Realizado por representantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores), da UNE (União Nacional dos Estudantes) e da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), o ato de quinta-feira "em defesa da Petrobras" reuniu entre 2.500 e 3.000 pessoas, segundo cálculo da Polícia Militar. O ato foi apoiado por militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e de partidos de esquerda.Lideradas pela FUP (Federação Única dos Petroleiros), filiada à CUT, as entidades prometem uma série de manifestações contra a CPI. O próximo, segundo a CUT, deverá ocorrer na terça-feira, em Natal (RN).O presidente da CUT, Artur Henrique, divulgou nota oficial para condenar a CPI e dizer o que considera a "insistência da oposição em tentar paralisar a Petrobras, que responde por mais de 10% do PIB nacional".Ao longo dos últimos três anos, a Petrobras apoiou com R$ 11,9 milhões projetos desenvolvidos por CUT, UNE e ABI.O grosso dos recursos foi para a CUT -R$ 10,6 milhões em quatro projetos: alfabetização de trabalhadores, comemoração do 1º de Maio e dois anos do projeto CUT Cidadã, nos anos de 2007 e 2008. A Força Sindical e a UGT (União Geral dos Trabalhadores) também receberam patrocínios para suas festas do Dia do Trabalho.O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), ligado à CUT e sindicatos, recebeu mais R$ 650 mil da petroleira.Outro ladoEm nota enviada à Folha, a Petrobras informou que os projetos apoiados pela empresa dão visibilidade à marca e dão retorno positivo.Referindo-se às comemorações do 1º de Maio, financiadas em parte pela petroleira em São Paulo, a Petrobras afirmou que "os eventos citados concentram milhares de pessoas e geram grande repercussão em São Paulo, o maior mercado consumidor brasileiro e dos produtos da Petrobras"."Além de dar visibilidade à marca e gerar retorno positivo de imagem, vários desses projetos, como o da CUT Cidadã, possuem importantes ações de cidadania. Estas ações atendem a milhares de pessoas em diversas regiões da cidade. No caso da CUT Cidadã, cerca de 6.000 voluntários levam informação, saúde, consciência ecológica, educação, acesso à documentação e uma série de outras atividades para a formação da cidadania e o cumprimento de seus direitos universais", afirmou a Petrobras, na nota.O presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Maurício Azedo, afirmou: "A ABI tem uma posição histórica vinculada à Petrobras desde sua criação. A campanha "O petróleo é nosso" foi lançada no auditório da ABI em 4 de abril de 1948. A defesa que a ABI faz não é algo recente ou vinculado a patrocínios. O mesmo evento que a Petrobras patrocinou teve apoio de Rede Globo, Furnas, Bradesco e Odebrecht; todos independeram de contrapartida nossa. Nosso ataque à CPI tem base em seu conteúdo partidário visível".A presidente da UNE, Lúcia Stumpf, afirmou que os projetos financiados pela empresa petroleira reuniram mais de 15 mil jovens estudantes interessados em arte e cultura. "A sociedade brasileira precisa defender esse patrimônio, uma empresa importante que também financia a cultura, a educação", disse a dirigente.Procurada no final da tarde da sexta-feira, a CUT informou que seus dirigentes participavam de um congresso sindical naquele momento e não poderiam falar com a reportagem. A assessoria da entidade afirmou que todos os convênios foram fechados "sempre dentro do que está previsto em lei".

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