quarta-feira, 13 de maio de 2009

Entrevista de Dilma Rousseff ao Correio Brasiliense






Em entrevista ao Correio, Dilma Rousseff afirma que vai vencer o câncer

Ana Dubeux e Daniel Pereira
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Publicação: 10/05/2009 07:00 Atualização: 10/05/2009 18:34

A ministra mais poderosa do governo Lula se arrepende de não ter tido mais filhos. "Uns dois", disse Dilma Rousseff, na sexta-feira, ao receber os Diários Associados. Na primeira entrevista exclusiva concedida a um jornal depois de anunciar que enfrentará um tratamento de câncer, a chefe da Casa Civil não fez justiça, em uma hora de conversa, à fama de durona. Pelo contrário, brincou com ela, debitando-a na conta do preconceito. Bem-humorada e otimista, disse ter "convicção" de que vencerá a doença e se mostrou surpresa com a solidariedade da população. "As pessoas do povo são extremamente delicadas de sentimento." A ministra se recusou a comentar a possibilidade de concorrer à Presidência. Declarou, no entanto, que o país está preparado para eleger uma mulher. Ou um negro. Falou da ditadura, da "barbárie", do que considera o maior desafio enfrentado em sua vida. Coração aberto, ainda revelou-se disposta a ironizar o interesse por sua vida amorosa e discorrer, com ternura, sobre a relação com a filha, Paula, e a mãe, Dilma. "Sempre estou em dívida com a minha mãe. Sou uma devedora."A senhora se acha durona? Esta imagem de que é firme, dá bronca nos ministros, no presidente, corresponde aos fatos?No presidente não (risos). Eu faço o seguinte: não exijo de ninguém o que eu não dou. Acho que tenho de cumprir, como qualquer pessoa, certas coisas, tenho de responder por elas. Numa equipe, cada um tem de fazer o seu papel. Se me cabe fazer a coordenação, eu cobro prazo, realização e também presto contas. Se o prazo é meu e eu não cumpri, também tenho de dar satisfação. Isso é princípio elementar de trabalho em grupo. Mas eu gosto muito dos ministros que trabalham comigo diariamente, que são os ministros do PAC. Considero que sou amiga de todos. De alguns, extremamente amiga, (amizade) construída nesse processo.A senhora se sente mesmo a "mãe do PAC"?O presidente Lula tem uma imensa capacidade de traduzir em explicações simples certas realidades. Como você explica o que é uma coordenadora? É muito mais econômico, sintético, rápido, dizer ela é ‘a mãe do PAC’. E de uma mãe ele espera firmeza e ternura, porque é isso que mãe dá.O PAC está engatinhando?É engraçado porque eles se irritam muito com o PAC. É um esforço enorme de investimento. O Brasil parou de investir. Nas outras crises, o Fundo Monetário Internacional (FMI) simplesmente mandava suspender a obra e ponto. Por isso que tinha tanta obra paralisada. Agora, diante da crise, nós aceleramos o PAC. Tem problemas? É óbvio que tem. Nós passamos quase 25 anos sem investir. Diziam: ‘Não vão fazer (as hidrelétricas) Jirau e Santo Antônio, nunca vão tirar a licença ambiental’. Tiramos. Diziam que as concessões rodoviárias eram um chavismo. Não sei se vocês se lembram da época em que fomos acusados de chavistas porque queríamos que as tarifas dos pedágios fossem adequadas à nova realidade do país, que é risco-Brasil menor, estabilidade macroeconômica maior. As concessões saíram.

O Brasil está preparado para eleger uma mãe, uma mulher, presidente da República?


O país está preparado para eleger uma mulher, para eleger negro, para eleger, como já elegeu, um metalúrgico. Somos um dos países que têm hoje maior tolerância. Não que não haja um longo caminho a ser trilhado no que se refere a direitos iguais das mulheres, dos negros, do tratamento dos índios. Em termos de sociedade, se tem um país preparado para isso é o Brasil. A América Latina está demonstrando isso. O Chile, a Argentina. Acho que a eleição do Barack Obama traz um sinal também muito forte nesse sentido.A senhora já sentiu em algum momento da sua trajetória algum tipo de preconceito?Acho que tem sim, mas o preconceito no Brasil é uma coisa engraçada. Por exemplo, você estava falando dessa mulher dura, mandona. Você já viu algum homem ser chamado de mandão e durão? Eu fico sempre intrigada porque que os homens são sempre meigos, bonzinhos, delicados. Outro dia, o Paulo Bernardo (ministro do Planejamento) ria muito porque ele falou que é o meigo-mor. Eu nunca vi, no Brasil inteiro, dizer que tinha um homem duro. Outra coisa que achei interessante foi a investigação da minha vida amorosa. Cheguei à conclusão de que sou a única pessoa que tem vida amorosa no país.

E como é administrar isso?Eu não administrei, porque eu não tinha. E se tivesse iria tomar todas as providências porque uma vida amorosa é uma vida privada, não é uma vida pública. Não tem justificativa para que certas coisas sejam transformadas em públicas. Aí, é espetacularização. Eu disse que não ia admitir transformar em espetáculo o meu tratamento. Porque uma coisa é eu comunicar a minha doença, outra é o fato de que alguém queira compartilhar uma luta que é só minha. Infelizmente, gostaria que eu pudesse compartilhar com todo mundo, me ajudando, mas não vai ser assim. Essa é uma luta absolutamente privada.A classe política contribuiu para a espetacularização ao especular sobre os impactos da doença?Quais especulações? Não acho que foram os políticos. Espetacularização de mídia que eu falei. Eu não vi ninguém de oposição fazendo isso. Nem de situação.Qual a reação das pessoas ao anúncio da doença?De muita solidariedade. A solidariedade é uma das coisas mais bonitas do país. E as pessoas do povo são extremamente delicadas de sentimento. Elas te dão uma porção de medalhinhas de Nossa Senhora e falam que vão rezar por ti. Eles se aproximam e falam ‘olha, eu tenho um amigo que teve a doença, superou e está muito bem’. Outra diz ‘olha, eu tive e estou aqui, faz mais de cinco anos’. Ou é a medalhinha para lhe dar força, para torcer por ti, de um jeito pouquíssimo invasivo, ou é dar exemplo para dizer que tudo vai dar certo. É um país de gente muito boa, de gente muito solidária, generosa. Para mim, foi surpreendente essa reação.

E como a senhora reagiu ao receber a notícia?

Eu não fui lá para fazer isso. Aí, os médicos descobriram. Quando descobriram, era pequenino. Me mandaram fazer uma porção de exame. Em nenhum aparecia nada. Aí, falaram ‘vamos tirar’ para fazer o exame que é o tira-teima decisivo, a biópsia. Depois, me chamaram de volta para eu fazer o PET (Tomografia por Emissão de Positrons), para ver se tinha outro ponto, não deu nada. Fui fazer aquele outro da medula, não deu nada. Quando está nesse pé de nada dá nada, você fica achando que não tem nada. Aí, eles mandam para os Estados Unidos. Você fica esperando voltar, quase uns 27 dias, uma grande parte desse tempo achando que não é nada. Um belo dia te pegam e dizem ‘olha, é’.Aí, o mundo caiu?Não, não caiu porque eu desconfiava. Eu achava que não era nada aqui na superfície. Lá no fundo, eu achava que era. É essa coisa complicada da mente humana, ela tem recursos que você não conta com eles, recursos de autodefesa. Então, eu recebi de forma serena. Eu me compliquei na hora de contar para a minha filha e a minha mãe. Aí é que é.

A senhora foi mais confortar do que
procurar conforto?


Não, o presidente me deu muito conforto. A relação
é uma relação de proteção e tal. Ao contar para sua mãe
e sua filha é que é difícil. Contar para os seus. Estava
lendo outro dia um livro e ele dizia isso, que a pior coisa
é você chegar para sua filha, sua mãe, sentar e contar.
Você tem que proteger as duas.


E a reação delas?


É uma reação de sofrimento, mas muito contida.
Elas acham que se elas sofrerem muito vão me afetar.
É essa relação complexa, a gente protege e ao
mesmo tempo é protegido. A família é o suporte para
cada um de nós. Imagine todos nós sozinhos no
mundo? Que horror.


É uma doença muito marcada pelo
preconceito. A senhora não teve medo de
que a reação fosse contrária a essa de
solidariedade?


O preconceito vai sempre grassar quanto mais escondida
a coisa é colocada. Quanto mais às claras, mais difícil
é ele se manifestar. Tem uma coisa que a gente pode
tirar de bom disso. É o fato de que milhões de mulheres e
homens anônimos têm a doença e também sofrem esse
preconceito mais surdo. A medicina avançou muito. Antes,
o câncer não era uma doença, era uma sentença. Hoje,
é tratável, curável. Eu tive a imensa sorte de ter detectado
num estágio preliminar, e acho que tudo isso mostra
a importância da prevenção. E é algo que a gente tem
de esclarecer às outras pessoas. Agora, a quantidade de
gente que me procura, que conta história e me explica
como é que cura é uma coisa fantástica. Então, tem também
por parte da sociedade, anonimamente, uma certa
consciência de que mudou, que a história é outra, principalmente
para mulher. Não estou puxando brasa para
a sardinha das mulheres, porque os homens foram muito
solidários, mas as mulheres têm uma sensibilidade
maior porque combateram muito o câncer de mama, de
útero. Tem um nível de organização muito grande. Os
homens têm que se virar e se organizar no caso da próstata,
que também tem muito preconceito em cima.


A senhora vai vencer esse inimigo?


Olha, eu tenho absoluta certeza de que vou. Sabe
aquela convicção? Essa é minha (risos).


O tratamento de câncer é longo,e eleição,
campanha,é difícil de se fazer. A senhora terá
condições de seguir uma agenda puxada?


Olha, o meu projeto é não parar de trabalhar nesse
período. Obviamente, em alguns momentos vou ter
que reduzir.


Essa força vem de onde? A senhora é
religiosa,as medalhinhas ajudam?


Ajudam. Eu sou brasileira, ajudam sim. As medalhinhas,
tudo ajuda. A reza, torcer, as histórias ajudam, a
solidariedade ajuda.


Há interesse do governo em saber comofoi a
reação das pessoas diante do diagnóstico.Será
feita alguma pesquisa?


Não acredito que o governo fará nada nesse sentido.


E o PT como reagiu?


Muito bem, muito solidário, muito amigo, as pessoas
ligando preocupadas com a saúde. Acho que o
Brasil mostrou um outro patamar de relação nesse caso
da doença. Não vejo crítica nenhuma. Tive o cuidado
de falar da espetacularização da doença porque não
pretendo fazer. Acho que isso é uma coisa solitária minha.
Essa luta, na hora do tratamento, não tem como
compartilhar.


O PT reafirma a candidatura da
senhora à Presidência.


Você conhece a história do ‘não amarrado’ (gargalhadas)?
Você já ouviu falar em ‘nem amarrada’?


A especulação sobre o assunto não muda
o dia a dia da ministra? Já disseram que
os olhos da senhora brilharam ao ouvir
da possibilidade de ser presidente.


Eu li essa história (dos olhos) no (Ricardo) Kotscho,
mas vou lhe falar: no meu cotidiano, não houve modificação.


A senhora se sentiu mais aliviada depois
de ter tornada pública a doença? Há pessoas
que têm dificuldade em assumir.


Eu me senti muito melhor. E acho que para as pessoas
públicas é muito melhor (divulgar). Agora, não
acho que é um receituário único. A gente tem de respeitar
muito o limite de cada um. Cada um de nós tem de
ser respeitoso em relação a si mesmo. Se respeitar para
poder até enfrentar melhor.


A senhora sempre teve esse temperamento
em situações de adversidade?


Todo mundo enfrenta as coisas, nunca acredite que
alguém enfrenta tão diferente dos outros. Todos somos
humanos, temos dificuldades de enfrentar a dor do
mesmo jeito. O que é diferente é o seguinte, e estou falando
não por esta experiência, mas pela minha do
passado. Só tem uma pessoa que pode te derrotar, só
você. Se você não aceitar ser derrotado por ti mesmo,
ninguém, nem o torturador, te derrota. Mas aí é outra
coisa. Isso pode significar que até você se engana: ‘Eu
aguento mais cinco minutos (de tortura)’. Aí, passaram-
se os cinco minutos, você deu uma boa enganada
em si mesmo e vai para mais cinco. A dor é uma coisa
dificílima, a dor não é humana. A gente nasceu para ser
feliz. Sempre acho isso, sou a favor do Joãosinho Trinta.
A dor é uma coisa inexorável. Então, você tem de enfrentar
mesmo, e só você se derrota.


A tortura foi o pior momento da sua vida?


Sim. Não tem nada igual à tortura, é a barbárie. Você
imagina o que é não ser reconhecido como humano.
Para alguém torturar alguém, seja pela cor da pele, seja
por causa da crença, da ideologia política, a pessoa foi
degradada de alguma forma. A barbárie é o seguinte:
tudo é possível. Daí, você lembra daquilo do (Fiodor)
Dostoiévski no fim dos Irmãos Karamazov: se Deus não
existe, então tudo é possível. Lá, Deus não existe, no
sentido amplo e estrito da palavra. E é talvez por isso
que é a coisa mais difícil de enfrentar. No resto, tudo
tem dignidade. O negócio da tortura é te tirar a dignidade,
aí ferrou. E a gente nunca pode esquecer que
eles conseguiram fazer com algumas pessoas isso, tirar
a honra deles. Não tem nada mais grave do que
desonrar a pessoa e deixar ela viva.


A divulgação de uma ficha policial de
autenticidade não comprovada,listando
ações criminosas que teriam sido praticadas
pela senhora,a incomodou?


Bastante, porque aquela ficha é falsa. E eu fiz esse esclarecimento
para o diretor da sucursal aqui de Brasília do
jornal (Folha de S.Paulo). Ele me garantiu que a ficha estava
no Dops. Pedi para ele me mandar uma cópia, ele não
me mandou. Entrei em contato com o Dops de São Paulo,
e eles me disseram que não só não havia aquela ficha como
não havia outra similar. E que numa observação muito
superficial achavam que ela era falsa porque era só olhar
no photoshop. Posteriormente, perguntei por que eles
botaram na frente que era do Dops e depois, debaixo da ficha,
botaram: ficha da ministra Dilma com crimes que ela
não cometeu. Se sabiam que eu não cometi, por que publicaram?
Eu reiterava para eles que eu não tinha sido interrogada,
denunciada nem condenada em todo período.
E também deixei claro para eles que aquela era uma ficha
que tinha sido postada no Ternuma e no Coturno Noturno
(sites associados a militares). Teve um período que eles
me disseram que o repórter estava fazendo investigações
no arquivo, porque estava lá a ficha. Eu dizia: ‘Olha, vou
explicar para vocês uma coisa simples. Quando eu fui presa,
fomos derrotados, vocês sabem que eles desmantelaram
as organizações políticas no Brasil. Quando você é
derrotado, ninguém faz ficha falsa. Sabe o que eles fazem?
Te prendem, interrogam, torturam, indiciam e te dão pena
para você não sair da cadeia’. Essa brincadeirinha de ficha
falsa não é de vencedor, é de derrotado, derrotado pelo
regime de democratização. Eu não tenho como entender
como um jornal é capaz disso.


A senhora não enxerga,por exemplo,
a oposição por trás disso ou algo
relacionado à campanha?


Prefiro não enxergar nada. Eu só enxergo uma absurda
omissão. Uma inexplicável tentativa de colocar num
jornal, na capa, uma coisa que, na parte de dentro, eles
diziam que eu não tinha cometido. Acho estranhíssimo
que não esclareçam ao leitor o que aconteceu. Eu fui extremamente
tolerante. Levei duas ou três semanas porque
o diretor me dizia todos os dias que me daria uma
resposta. Aí, escrevi para o ombudsman relatando o que
tinha acontecido. E qual não é a minha surpresa quando
sai aquele “autenticidade não comprovada”. Estou assim
firmemente determinada em contratar um laudo.
Quem fez isso sequer teve o cuidado de investigar. Agora,
acho deplorável e fico muito temerosa de que a versão
de ditabranda tenha comprometido. Quem acha
que uma ditadura é branda pode achar que uma ficha
falsa também não é tão grave assim. É isso que talvez seja
a parte mais grave, porque não existe meia medida
com relação à ditadura. Pode não ter te atingido. Você
pode não ter sido torturado nem morto. Você pode não
ter sido censurado e perseguido. Agora, não há meia
medida com relação à ditadura e à democracia. Eu fico
estarrecida com o tratamento dado a essa questão. Acho
que é insustentável, porque, afinal de contas, os jornais
têm leitores. Não é desrespeito só a mim, é desrespeito
aos leitores. Eu, de fato, sou uma pessoa assim que posso
ser desconcertante, porque supunham que eu devia
ter umas 300 ações armadas, e não tenho nenhuma. Eu
fiquei presa três anos por crime de opinião e organização.
É muito desagradável para aqueles que acham que
havia uma ditabranda no Brasil.


Com uma agenda oficial tão
atribulada,dá tempo de cuidar da família?


Minha filha é casada, tem a vida dela. A minha mãe
mora em Belo Horizonte, mas ela e minha tia me visitam
muito. Elas passam assim uns três meses comigo,
depois voltam para lá, voltam para cá. Eu gosto muito
quando elas estão aqui.


Quando a sua filha era mais jovem,
seu ritmo de trabalho era outro?


Quando ela era muito pequena, eu tinha um ritmo
de trabalho menor. Até porque eu não conseguia trabalhar
quando ela estava doente. Depois, quando ela fica
maior, você olha e fala ‘nossa, sofri tanto, achei que ela
era tão frágil’, e aí vem um mulherão. Tenho para mim
que é sempre possível, para todas as mulheres, criar
seus filhos e construir sua vida. Obviamente, pelo menos
no meu (trabalho), todo mundo entendia quando,
por um acaso, ela tinha um ataque de asma e eu tinha
que sair correndo. Eu saía em disparada carreira. A gente
sofre feito o cão (com a asma). Você sempre fica ali
por um fio. A criança não tem ar, não tem nada mais
terrível. Com a Paula, eu fiz de tudo, vacina, natação, o
diabo. Cada vez que ela fazia natação pegava uma
bronquite. Eu ficava desesperada. Aqui, o clima é outro.
Vai fazer natação no Rio Grande do Sul.


Qual o melhor presente que a Paula lhe deu?


O melhor presente que a Paula me deu foi ela mesma.
A gente se acha única na hora que nasce, premiada,
como se ninguém tivesse filho na vida, só você. É uma
sensação que nenhuma outra coisa…talvez quando ela
me der um neto.


E qual o melhor presente que a senhora já deu para sua mãe?


Eu sempre estou em dívida com a minha mãe. Para a mãe, a gente sempre deve. Eu sou uma devedora. Nunca acho que dei o melhor presente.


Do que a senhora se arrepende de não ter feito?


Ter mais filhos. Mais uns dois.

: Breno Fortes/CB/D.A Press

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