PSTU se retira da ocupação do DCE na USP e boicota comando de mobilização dos estudantes

fonte: lista de e-mails
USP
PSTU se retira da ocupação do DCE na USP e boicota comando de mobilização dos estudantes


6 de maio de 2009


Depois da ocupação do espaço do DCE no dia 23 de abril, e depois que há mais de 13 dias os estudantes mantêm-se no local que havia sido retirado dos estudantes pela reitoria desde 2006, a atual gestão do DCE, do PSTU na chapa “Nada será como antes” resolveu abandonar a ocupação. Além disto, estes decidiram boicotar os estudantes que vêm se organizando em torno dela.

No final da última semana, em uma reunião do comitê de mobilização da ocupação do DCE, que foi aprovado na última assembléia geral como centro organizador da ocupação do DCE, o PSTU se viu derrotado em uma votação sobre a criação do blog da ocupação. O PSTU reivindicava o controle total do blog pelos estudantes, com o controle das senhas do sítio na internet impedindo assim que os estudantes que ocupavam o DCE pudessem atualizar matérias ou postar suas posições sem a sua autorização e vigilância.

Ao perder a votação o PSTU anunciou que se retiraria da comissão tendo também abandonado nos últimos dias a própria ocupação.

Assim como havia ocorrido na assembléia geral do último dia 28, o PSTU saiu derrotado na tentativa de impor um movimento com o seu cabresto. Naquela assembléia geral perdeu a proposta sobre apresentar uma carta à reitoria para legitimar um acordo de recebimento de verbas pela reitoria pelo aluguel dos espaços do DCE para capitalistas e venceu a apresentação de uma carta que seria apresentada à reitora reivindicando a autonomia do espaço sob o controle dos estudantes.

Ao ver a ocupação do DCE sair de seu controle, impedindo assim até o momento firmar o acordo financeiro com a reitoria o PSTU partiu então para uma campanha de boicote aberto à ocupação, divulgando a próxima assembléia geral na próxima quinta-feira fora da ocupação do DCE, no prédio da História e Geografia, passando por cima da decisão da última assembléia.

Também boicotaram um ato que seria realizado pelos estudantes das Ciências Sociais e a Geografia e História aprovado pelo comitê de mobilização naqueles cursos para a tarde desta terça-feira, realizando uma palestra na História ao mesmo momento com a presença de professores e militantes do Psol e PSTU.

O boicote contra a organização e a atividade independente dos estudantes, bem como contra a luta pelo controle estudantil de seus espaços e a perspectiva de uma luta massiva dos estudantes, só confirma a função de freio ao movimento estudantil que cumpre a burocracia estudantil representada pelo PSol e PSTU, além do PT e PCdoB, o chamado “Bando dos Quatro”, que são representantes da burocracia universitária no movimento estudantil.

No momento em que o governo anuncia um corte de verbas sem precedentes contra a universidade para salvar os capitalistas durante a crise e anuncia a ameaça de demissão a mais de 5 mil funcionários da USP, a burocracia estudantil só reafirma que procura resolver única a exclusivamente seus próprios interesses e que estes passam pela tentativa de estabelecer mais um mecanismo de controle da reitoria contra os estudantes, a domesticação completa do Diretório Central dos Estudantes.

A formação de um bloco de estudantes que se opõem à política de controle da reitoria sobre o movimento estudantil deve ser cada vez mais desenvolvido. A organização de um movimento estudantil de ativistas combativos, que consigam derrotar a burocracia estudantil e coloque contra a parede a burocracia universitária na luta direta contra o governo estadual de José Serra e a reitoria, está colocada na ordem do dia por meio da luta pela completa independência estudantil das reitorias e dos governos da burguesia contra o que se estabeleceu com o movimento estudantil em nível nacional e em todas as entidades estudantis de maneira generalizada, em DCEs e centros acadêmicos.

Levantamos a necessidade de que a ocupação do DCE seja fortalecida sob controle total dos estudantes e funcione como uma alavanca pela preparação de uma greve geral estudantil com ocupação da reitoria contra a medida de força do governo Serra que ultrapassa inclusive os ataques de 2007.



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Rety