quarta-feira, 13 de maio de 2009

Apenas 15% da União abriu seus arquivos

fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1305200915.htm

São Paulo, quarta-feira, 13 de maio de 2009
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Apenas 15% da União abriu seus arquivos

DA REPORTAGEM LOCAL
Ao anunciar que pretende, por meio de uma nova lei, pressionar seus órgãos a revelarem documentos da ditadura, o governo expõe a contradição: a União não consegue extinguir o sigilo que caracterizou o período.Caso emblemático é a ação movida desde 1982 por familiares de mortos e desaparecidos na guerrilha do Araguaia, ocorrida nos anos 70.A liminar concedida em 2003 pela juíza federal de Brasília Solange Salgado, que dava um prazo de 120 dias para a liberação dos papéis, até ontem não havia sido cumprida pelo governo.O principal buraco nas coleções de documentos do Arquivo Nacional, ligado à Casa Civil, é creditado ao Ministério da Defesa. Os serviços de inteligência do Exército, da Marinha e da Aeronáutica não entregaram uma só folha de papel sigiloso, segundo o diretor-geral do Arquivo, Jaime Antunes da Silva.As Forças Armadas alegam que os documentos foram, provavelmente, destruídos. "Como cidadão e como pesquisador, [a destruição] não me parece crível", disse Silva.A ditadura espalhou seu sistema de inteligência por cerca de 250 setores da administração pública federal, segundo ele. Destes, só 15%, ou 37 unidades, entregaram seus fundos ao Arquivo.O Arquivo tem disparado, desde 2006, e-mails e telefonemas para cobrar os documentos. Vez por outra, um órgão resolve responder. Em fevereiro, a Folha revelou que 92 caixas de dados confidenciais adormeceram por mais de três décadas na Fundação Nacional do Índio. Só foram liberadas em 2008.Os principais fundos já entregues ao Arquivo são a base de dados do extinto SNI (Serviço Nacional de Informações) e as atas do CSN (Conselho de Segurança Nacional). (RUBENS VALENTE)

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