quarta-feira, 2 de abril de 2008

FICHA DE LEITURA DO LIVRO A QUESTÃO DA USP

FERNANDES, Florestan. A QUESTÃO DA USP. São Paulo: Brasiliense, 1984

“Uma das conseqüências dessa situação monstruosa aparecia no combate sem tréguas à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras – também uma iniciativa digna de investigação . Os criadores da USP, tolhidos por obstáculos que podiam avaliar facilmente em todas as ...

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... dimensões e com peso real, procuraram superar o impasse recorrendo a um nome (Universidade de São Paulo) e fundando uma micro-universidade (a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras) . Despida de tradição, de prestígio e de poder político, esta surgia como um estado dentro do estado. Na verdade, se ela vingasse, a universidade venceria a batalha contra as escolas superiores tradicionais. Por isso, ela teve de suportar a pressão concentrada que, contra ela, se desencadeou a partir de todas as outras. De outro lado, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras). Despida de tradição, de prestígio e de poder político, esta surgia como um estado dentro do estado. Na verdade, se ela vingasse, a universidade venceria a batalha contra as escolas superiores tradicionais . Por isso, ela teve de suportar a pressão concentrada que, contra ela, se desencadeou a partir de todas as outras. De outro lado, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras se configurava, morfologicamente, como uma escola superior monstro. O novo se contaminava com o vírus do que devia ser destruído (ou, na melhor das hipóteses, superado) . Esse fato proporciona as dimensões da incoerência da USP . Um conglomerado de escolas, cuja dinâmica conduzia à revitalização do padrão tradicional de escola superior, agrupadas como se fossem uma universidade unificada”.

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“Os estudantes entram em cena. No ano de sessenta realiza-se o primeiro congresso da reforma universitária em Salvador. Alguns professores entendem a força desse avanço e se movimentam em sua direção, apoiando-se e apoiando-se nele. A reforma universitária torna-se uma ...

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... bandeira efetiva e abrangente. Em poucos anos esboça-se um processo rico e diferenciado, que iria culminar nos entrechoques das reformas de base e esboroar-se sob o tocão da junta militar (em 1968 e 1969).
O que se evidencia, por esta breve digressão, é que a universidade conglomerada não possuia meios internos para desvencilhar-se de suas incoerências. A sua estrutura institucional não era flexível e mutável . Ela era, acima de tudo, um sistema ffechado de poder. Posto em questão, o sistema de poder respondeu esmagando os defensores da causa da reforma universitária e apropriando-se da bandeira da reforma universitária para realizá-la às avessas”.

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