Nosso comentário: Será um erro o Estado brasileiro financiar a construção de um prédio de 13 andares no terreno em que estava instalada a UNE, que foi incendiada no desenrolar do golpe de 1964. O prédio demolido nos anos 80 também foi um atentado ao patrimônio dos estudantes que lutaram e lutam. A construção de um monumento em nome de todos os que morreram ou foram sacrificados de todas as formas pela ditadura seria o correto. A construção de um auditório para a realização de debates seria uma forma do Estado apoiar simbolicamente o movimento estudantil da UNE. Apoiar a iniciativa de tantos jovens de camadas populares e de iniciativas de entidades estudantis instaladas nas universidades seria um investimento melhor para a juventude brasileira (Otávio Luiz Machado)
FONTE: http://www.une.org.br/
2 de abril de 2008
UNE e UBES realizam ato em Brasília pela reconstrução da sede no Flamengo
O ato relembra os 44 anos do incêndio da sede das entidades pelo regime militar no Rio de Janeiro
1º de abril de 1964: a ditadura militar invadiu, saqueou, incendiou e destruiu a sede da UNE e da UBES, na Praia do Flamengo, 132, no Rio de Janeiro. Quarenta e quatro anos depois, uma nova geração de estudantes reivindica que o mesmo Estado que, num período de exceção democrática, incendiou e demoliu a sede das entidades , tem agora o dever de reconstruí-la. As entidades recuperaram recentemente o terreno, ocupando o lugar após uma grande passeata realizada em 1º de fevereiro deste ano. Os estudantes se mantiveram acampados ali e, posteriormente, as entidades venceram na justiça a disputa contra um estacionamento ilegal que havia se apoderado do local.
Depois da volta pra casa, os estudantes agora querem a reconstrução de suas sedes e de um Centro Cultural. O projeto foi doado às entidades pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Para expressar o amplo apoio já angariado em torno da causa diretores das entidades realizam um ato político, nesta quinta-feira (3), às 10h, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília.
O ato também homenageará os perseguidos políticos no período da ditadura militar e contará com a participação da ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Nicéia Freire; do secretário da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Sergio Mamberti, ex integrante do CPC da UNE; do secretário-executivo do Ministério dos Esportes e ex-presidente da UNE, Wadson Ribeiro; do senador Renato Casagrande (PSB-ES); da senadora Ideli Salvati (PT-SC); do deputado federal Aldo Rebelo (PcdoB-SP); e do deputado federal Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA).
Serão ainda convidados parlamentares que passaram pelo movimento estudantil, que falarão sobre a importância da mobilização da juventude para a consolidação da democracia no Brasil.
Meu apoio é concreto A campanha pela reconstrução da sede da UNE e da UBES tem sido bem recebida pelos parlamentares. Os diretores das entidades, mobilizados em Brasília na última semana, já conseguiram coletar mais de 400 assinaturas de congressistas. Essas assinaturas serão anexadas a uma carta, pedindo apoio à construção do prédio de 13 andares, arquitetado por Oscar Niemeyer, que será a nova sede das entidades. O documento será enviado ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Leia a íntegra da carta:
CARTA AO PRESIDENTE LULA
Brasília, abril de 2008.
Excelentíssimo Sr. Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva
Durante os 70 anos de vida da UNE e 60 da UBES, estas entidades sempre mantiveram altas as bandeiras da democracia, da liberdade, da defesa da educação pública e do Brasil. Começaram sem endereço fixo e conquistaram sua morada com ousadia quando após uma série de manifestações o presidente Getúlio Vargas doou a sede do então Clube Germânia, situado na Praia do Flamengo, 132 à UNE em 1942.
O local rapidamente tornou-se referência para os estudantes do Rio de Janeiro e de todo o Brasil. A UNE e a UBES sofreram uma interrupção de tudo isso em 1º de abril de 1964. Um dos primeiros atos do novo regime instaurado nesta data foi incendiar a sede das entidades. Posteriormente, em 1980, o prédio foi definitivamente demolido por ordem expressa e assinada pelo então presidente João Figueiredo.
O mesmo Estado que, num período de exceção democrática, demoliu a sede das entidades , tem agora o dever de reconstruí-la. Devolver à UNE e à UBES o direito de voltar a se organizar a partir da Praia do Flamengo, 132 é rever a dívida histórica de toda a sociedade com os estudantes e a juventude brasileira e um dos atos simbólicos para superar definitivamente um período tão duro para o povo deste país.
É neste sentido que nós, parlamentares brasileiros reivindicamos uma ação efetiva e imediata do Governo Federal no sentido de viabilizar a reconstrução da sede das entidades, através de um Projeto de Lei, Medida Provisória, ou qualquer outro instrumento que garanta a reparação dos danos históricos causados à organização dos estudantes brasileiros pelo Estado. Da Redação
quinta-feira, 3 de abril de 2008
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