quarta-feira, 2 de abril de 2008

FICHA DE LEITURA DO LIVRO CENAS JUVENIS


Abramo, Helena. Cenas Juvenis. Cidade: Editora página Aberta, 1994.


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“A JUVENTUDE COMO CATEGORIA SOCIAL

Este é um dos pontos de partida da abordagem sociológica sobre a questão da juventude. Para examina-lo melhor, podemos seguir o argumento de Eisenstadt que, em seu clássico es- ...

p. 2

...-tudo intitulado De geração a geração, procurou explicar teoricamente, de uma perspectiva funcionalista, as condições de existência da juventude como uma categoria social, traçando um quadro dos tipos de sociedade onde esse fenômeno ocorre. Ele começa por afirmar que a delimitação de faixas etárias, que correspondem a etapas do ciclo vital (do processo de crescimento envelhecimento), é um fenômeno universal da vida social. Porém, é de modo peculiar que cada sociedade define tais etapas e lhes atribui significados, e nem sempre isso resulta na constituição de grupos homogeneamente etários”.


p. 21

“O tema da juventude não conheceu grande desenvolvimento no Brasil: foram realizados apenas alguns estudos esparsos, druante as décadas de 60 e 70, e na sua maioria se referem a análises sobre os estudantes, principalmente os universitários. Ao contrário da literatura européia e norte-americana, até os anos 80, com raras exceções, muito pouca importância foi dada à dimensão da vivência juvenil no campo do ...

p. 22

... lazer e da cultura, ao comportamento e formulação de estilos e movimentos culturais. O interesse da sociologia aqui recaiu sempre, na verdade, sobre o papel da juventude como agente político, sobre sua capacidade de desenvolver uma postura crítica e transformadora da ordem vigente.
A questão da juventude emergiu como tema no bojo da preocupação com as questões colocadas pelo processo de modernização desencadeado nos anos 50. A tese é a de que a configuração da condição juvenil está vinculada ao processo de modernização social ocorrido no ciclo de transformações estruturais desencadeado no período posterior à Segunda Guerra Mundial”.

p. 23

“Em síntese, a percepção da presença do jovem nas sociedades latino-americanas, que se estruturou nos anos 50 e, de certa forma, vigorou até os anos 70, articula um conjunto de noções que vincula as idéias de modernização a projetos de mudança, apoiados sobre a figura do jovem estudante. Num plano, projetos pessoais e familiares de ascensão social pela escolarização. Noutro, projetos de desenvolvimento e mudança social, pelo exercício de novas funções profissionais com base técnica e científica modernas, e pelas mobilizações estudantis que postulam transformações de caráter progressista e democrático. A vinculação da idéia de juventude e modernidade aparece também pela percepção de sua especial sintonia com a difusão de novos hábitos urbanos”.

De qualquer ângulo sob o qual seja analisado, o jovem aparece como sujeito em busca de mobilização e de mudança social. Toda a preocupação acadêmica do período está dirigida à análise das suas potencialidades nesse sentido, através de dois pares de dicotomias : um entre integração e marginalidade, relacionadas com a possibilidade de acesso dos diferentes grupos juvenis aos mecanismos de incorporação social ; outro, entre radicalismo e alienação, como chaves para interpretar o sentido da atuação dos grupos juvenis”.



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