quarta-feira, 2 de abril de 2008

FICHA DE LEITURA DO ARTIGO “Os estudantes e o problema universitário nos anos 1960”

FÁVERO, M. L. “Os estudantes e o problema universitário nos anos 1960”;. In: MACHADO, O. L & Zaidan, M. (orgs.), Movimento Estudantil Brasileiro e a educação superior, Recife, Editora UFPE, 2007, p. 85-98.

"A partir dos anos de 1950, entre outras questões levantadas e discutidas sobre o ensino universitário no país, podem ser destacados, no período de 1958 a 1968: o papel da universidade na sociedade brasileira, a busca da autonomia universitária, a estrutura organizacional das instituições universitárias, a cátedra como unidade básica da universidade, a insuficiência de recursos destinados ao ensino superior, o aumento de vagas nas instituições de ensino superior públicas e a conseqüente expansão de seus cursos. Mas um problema permanecia intocado: como reformar as universidades, partindo-se de escolas superiores isoladas e de universidades resultantes de mera justaposição de escolas, com os emperramentos e limitações decorrentes?
Diante desses problemas, aos pouco começou a delinear-se, para diferentes setores da sociedade, a necessidade de uma tomada de posição. No final dos anos de 1950, o debate em torno do projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) também se intensifica, acarretando a mobilização de intelectuais, educadores e estudantes em defesa da escola pública, ameaçada pela privatização. No bojo dessa luta, coloca-se a defesa da universidade pública e gratuita, luta esta que persiste até os dias atuais.
2. OS ESTUDANTES E A REFORMA UNIVERSITÁRIA
É difícil estudar o movimento que antecede à Reforma Universitária, promulgada em 1968, sem examinarmos, mesmo de forma sucinta, a participação dos estudantes, sobretudo nos anos de 1960. Para a UNE – União Nacional dos Estudantes, a luta pela Reforma Universitária começa em 1957 com o I Seminário de Ensino por ela promovido (UNE, 1963, p. 12).
Se foi a partir desse seminário, que começou a esboçar-se no meio universitário a preocupação com a transformação estrutural das instituições de ensino, não se pode esquecer, porém, que foi no debate em torno do projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que se introduziu a pergunta “universidade para quem”? acrescentada a outras questões anteriores: “universidade como ou para quê” ( idem, p. 13)".

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