quinta-feira, 3 de abril de 2008

Estudantes invadem UnB em protesto à permanência de reitor

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u388750.shtml

03/04/2008 - 18h35
Estudantes invadem UnB em protesto à permanência de reitor

RENATA GIRALDIda Folha Online, em Brasília
A reitoria da UnB (Universidade de Brasília) foi invadida na tarde desta quinta-feira por cerca de 150 estudantes que exigem a saída do reitor Timothy Mulholland e dos funcionários ligados a ele. Os universitários prometem manter a ocupação do prédio até que o reitor anuncie seu afastamento. Os manifestantes afirmam que foram cortadas a energia e água do edifício onde estão.
"Vamos ficar aqui [no prédio da reitoria] até que a nossa pauta de reivindicações seja atendida. É uma ocupação pacífica, mas queremos que as providências sejam tomadas", afirmou o presidente do DCE (Diretório Central de Estudantes), Fábio Félix.
Félix disse que a ocupação ocorreu por volta das 14h30, quando seguiram em direção à sala do reitor. Em protesto à permanência de Mulholland, os estudantes colocaram um caixão na sala dele. O reitor não estava no local nem apareceu na área da universidade.
O presidente do DCE disse que a expectativa é que ainda hoje um representante da administração da UnB tente negociar com o grupo de estudantes. Sensibilizados, alguns professores levaram água e frutas para os manifestantes.
No meio da tarde, o clima ficou tenso com a chegada de um grupo de policiais federais. A Polícia Federal foi acionada a partir da denúncia sobre a suposta existência de reféns entre os funcionários da universidade. Os policiais constataram que havia apenas um grupo de servidores que não queria deixar o local de trabalho.
Denúncias
Os estudantes afirmam ser inaceitável a relação da UnB com as fundações privadas. Alguns professores acompanham as manifestações.
No começo do mês passado, Mulholland foi à CPI das ONGs no Senado prestar depoimento. Na ocasião foi bastante criticado, embora tenha negado envolvimento com o uso irregular de recursos.
De acordo com as investigações, a Finatec (Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos) utilizou R$ 470 mil na compra de móveis de luxo para o apartamento, além da aquisição de lixeiras, de equipamentos de TV e som, de telas artísticas e vasos com plantas diversas, além de utensílios domésticos.
Mulholland também é acusado de ter usado dinheiro da Funsaúde (fundação ligada à universidade de Brasília) para comprar passagem aérea para a mulher dele --funcionária da UnB cedida para a Câmara-- para uma viagem ao Piauí. A fundação afirmou ter ocorrido um equívoco na compra da passagem aérea.

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