quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Equipe da USP produz primeira linhagem brasileira de células-tronco embrionárias

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u450713.shtml
30/09/2008 - 19h40
Equipe da USP produz primeira linhagem brasileira de células-tronco embrionárias
da Folha Online
Uma equipe do Instituto de Biociências da USP (Universidade de São Paulo) conseguiu produzir em laboratório a primeira linhagem de
células-tronco embrionárias 100% nacional. Com isso, o país avança nas pesquisas de manipulação desse tipo de célula, que tem potencial para se converter em praticamente todos os tecidos do corpo humano.
A equipe, liderada pela pesquisadora Lygia da Veiga Pereira, conseguiu remover células-tronco de um
embrião e fazer com que essas células se multiplicassem in vitro. As primeiras linhagens de células-tronco humanas foram estabelecidas nos Estados Unidos, em 1998.
Reprodução
Equipe de Lygia Pereira não parou pesquisas por polêmica sobre células-tronco no STF
No dia 29 de maio, o STF (Supremo Tribunal Federal) deu aval para a realização de pesquisas com esse tipo de célula no Brasil. Antes, as pesquisas não chegaram a ser proibidas, mas muitos profissionais ficaram receosos em continuar com os procedimentos, em razão do impasse jurídico.
A equipe da USP faz testes para conseguir essas células há dois anos. Segundo Pereira, as pesquisas não pararam em razão da tramitação da ação direta de inconstitucionalidade que queria a proibição desses testes.
"O que foi bacana é que o financiamento [por parte dos ministérios] não parou. O governo sinalizou que apoiava essas pesquisas e nós tínhamos de seguir trabalhando", afirma a pesquisadora.
Há cerca de três meses, os pesquisadores conseguiram que uma das células do embrião começasse a se dividir em laboratório. Desde então, eles passaram a fazer com que essas células se multiplicassem, até um número suficiente para atestar que eram pluripotentes --com capacidade de se diferenciar em uma série de tecidos diferentes do organismo.
Nesta semana, uma análise dos cromossomos confirmou essa capacidade das células. A equipe da USP conseguiu produzir neurônios e células musculares em laboratório. Com um embrião, os pesquisadores afirmam ter conseguido centenas de milhões de células, suficientes para utilização em pesquisas "por um bom tempo".
Agora, a idéia é continuar reproduzindo essas células, para fornecer a outras equipes que também estudam o assunto, inclusive para fins terapêuticos, para a busca de tratamento de doenças. "Tem muita gente estudando o tratamento de doenças com células-tronco adultas. Queremos incluir as células embrionárias também, porque sabemos que no caso do sistema nervoso, por exemplo, as adultas não dão conta", diz a cientista.
A Lei de Biossegurança permite a utilização em pesquisas de células-tronco embrionárias fertilizadas in vitro e não utilizadas. A regulamentação prevê que os embriões usados estejam congelados há três anos ou mais e veta a comercialização do material biológico. Também exige a autorização do casal.

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