COMENTÁRIO DE OTÁVIO LUIZ MACHADO: A direção da UNE estava desde 2003 calada em relação ao tema da abertura dos arquivos da ditadura, cujo assunto era (e ainda continua) era tratado com muita reserva pelo Governo Lula. Só quando o Governo prometeu liberar recursos para a sede da UNE que a entidade começou a "tocar" no assunto. Se a entidade tivesse uma entidade séria colocaria a questão em primeiro lugar. O projeto Memória do Movimento Estudantil (parceria da UNE e da Fundação Roberto Marinho, a famosa Rede Globo) também em nada debateu tal assunto. Nem a história da própria UNE tem sido respeitada por pessoas que não se interessam pela memória do Brasil, mas apenas busca ganhar em cima dela. O desrepeito ao país é tão grande que a UNE utilizou boa parte dos 2,3 milhões de reais para fazer a propaganda dos seus últimos presidentes, da União Juventude Socialista (UJS) e do próprio PC do B. Nada que interessa à memória do movimento estudantil.
FONTE: http://www.une.org.br/
Direito à Verdade e à Justiça!
As recentes declarações dos ministros da Justiça e da Secretaria Especial de Direitos Humanos reacenderam o debate em torno da punição aos responsáveis pelos crimes cometidos durante a Ditadura Militar a partir do golpe desfechado pelas elites através das Forças Armadas.
O movimento estudantil em geral, a UNE em particular, além de inúmeros movimentos de direitos humanos, como o grupo "Tortura Nunca Mais", têm debatido intensamente as ações necessárias para que se possa garantir o direito à verdade e à justiça.
Dentre elas, a defesa intransigente da abertura de todos os arquivos referentes ao período militar e o debate em torno do alcance e interpretações da Lei de Anistia. À exemplo de Chile e Argentina, que têm punido os responsáveis pelos crimes de lesahumanidade cometidos nestes países, o governo brasileiro deve identificar, julgar e punir os responsáveis por estes crimes também no Brasil. Esta iniciativa é fundamental para que não haja lacunas na história do país e extremamente importante na construção da sua memória.
Só a pressão da sociedade brasileira pode garantir o direito à verdade e à justiça. A UNE, enquanto vítima da repressão impetrada pela Ditadura Militar, deve ser protagonista nesta luta, se somando às iniciativas e conclamando os estudantes para que, após vinte anos de redemocratização, possamos garantir a punição e o reconhecimento do Estado brasileiro das arbitrariedades cometidas no período de exceção.
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