sexta-feira, 24 de outubro de 2008

CARTA DOS COORDENADORES DISCENTES À ABEM

Fonte: lista de e-mails

CARTA DOS COORDENADORES DISCENTES À ABEM

O Fórum Discente da Associação Brasileira de Educação Médica (FDABEM) vem refletir a respeito do processo de construção dos Congressos da entidade. Atingimos um excelente número de acadêmicos inscritos no 46º Congresso Brasileiro de Educação Médica (COBEM), com mais de 1200 estudantes (de um total maior do que 200 inscritos). E, a partir da temática do COBEM em Salvador, "200 anos de Ensino Médico no Brasil: de volta para o futuro", resolvemos também trazer algumas reflexões sobre o processo de organização e realização dos eventos.
A Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) mostra diferencial diante de outras entidades devido à forte participação estudantil nos processos de decisão da entidade. E pontuamos que esperávamos uma participação mais ativa no processo de construção do Congresso, criando um excelente evento em íntima parceria com a comissão local.
É perceptível a importância do COBEM no contexto nacional, dada a crescente participação, tanto docente, quanto discente. E tal êxito caminha paralelamente aos entraves oriundos do processo de construção do Congresso. Nota-se a complexidade da organização de um evento de tamanha magnitude, devido à necessidade encontrada pela atual Diretoria Executiva de se criar um Departamento responsável por tal função. Contudo, cabe lembrar que, seja os estudantes locais das cidades que sediam o COBEM, seja os Coordenadores Discentes da ABEM, todos sempre estão dispostos a serem parceiros no processo de construção do Congresso.
Em relação ao COBEM de Salvador, é válido pontuar alguns episódios:
A respeito do Alojamento Estudantil, foi pontuado que, apesar de todas as despesas geradas na operacionalizaçã o deste, a adesão foi aquém do esperado. Cabe salientar que as informações oficiais a respeito do Alojamento foram disponibilizadas apenas há poucos dias do evento. Associado ainda ao fato de tais informações serem pouco elucidativas e ao fato de as inscrições no website oficial do evento terem sido encerradas precocemente, o contexto gerou extrema insegurança nos estudantes, principalmente naqueles que vinham de estados mais distantes e que chegariam à Salvador um dia antes do início do COBEM. Tamanha insegurança levou muitos estudantes a procurarem estadias em pousadas e albergues próximos ao local do evento, o que justifica parcialmente essa menor adesão.
Outro braço da justificativa encontra sustento na estrutura do próprio Alojamento. Aspectos negativos levantados pelos alojados foram:
1. Banheiros unissex, o que gerou constrangimentos, principalmente de estudantes do sexo feminino.
2. Tendas com estrutura lateral instável (as paredes laterais não eram fixas), que durante a chuva possibilitou que os pertences estudantis fossem molhados.
3. Temperatura extremamente elevada no interior das tendas (atingindo até 42º C), levando ao incômodo ambiental que não era possível ser solucionado, inclusive, pelos ar-condicionados do hotel.
4. Distância grande entre o Alojamento e o local disponibilizado para alimentação.
A segurança dos estudantes também foi algo freqüentemente levantado. A periculosidade da área, principalmente entre o Hotel Othon e o PAF, e o trânsito caótico da cidade permitiram a ocorrência de infelizes episódios de assalto e atropelamento de estudantes.
Finalmente consideramos imprescindível levantar a questão da representatividade estudantil dentro do COBEM. Não estamos motivados, em momento algum, por interesses pessoais, mas concordamos que devemos atribuir o mérito a todas e quaisquer pessoas que contribuíram para o sucesso deste Congresso. Identificamos que, tanto os docentes, quanto os discentes, foram fundamentais na construção do COBEM, e os nomes dos estudantes que se dedicaram em prol do evento não foram identificados nominalmente, sendo apenas listados como membros da Comissão de Apoio. Além disso, os crachás e certificados foram identificados e emitidos de maneira questionável por muitos (por exemplo, estudantes palestrantes não tinham crachá de convidado e eram certificados como REPRESENTANTE ACADÊMICO, parecendo não ter o reconhecimento dos demais palestrantes; e, estudantes não eram sequer considerados congressistas e nem comissão organizadora, sendo criada a categoria ESTUDANTE).
Dois pontos do Caderno de Programação cabem ressalva: apenas os Coordenadores Docentes Titulares foram listados como Comissão Organizadora, sendo que os Coordenadores Docentes Suplentes e Coordenadores Discentes têm igual importância; e, além disso, a carta do Presidente do Congresso não consta no referido caderno o qual foi aberto pela carta da Presidente da Comissão Organizadora, o que foi considerado questionável.
Enfim, decidimos redigir este documento devido ao histórico de construção coletiva da ABEM no tratamento igualitário de todas as partes envolvidas e pensando em levantar aspectos construtivos para organização dos próximos COBEM.

Coordenadores Discentes 2008 e 2009

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