segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Em menos de 24 horas a UJS/PC do B recebe seu pagamento do Governo Federal (Otávio Luiz Machado)


Em menos de 24 horas a UJS/PC do B recebe seu pagamento do Governo Federal
Otávio Luiz Machado



Aproxima-se o momento da maior troca política na história recente da República. Em menos de 24 horas, o Governo Lula irá pagar a conta pelos bons serviços prestados pela União Juventude Socialista (UJS) do Partido Comunista do Brasil (PC do B) ao Governo Federal nos últimos seis anos.
Como sempre, a justificativa precisa ser muito boa. E os preparativos, também. Não foi por acaso que a UNE tem realizado uma série de atividades nos últimos meses buscando aproximar-se dos estudantes, bem como o Ministro da (In) Justiça Tarso Genro, cujos factóides em torno dos crimes de tortura promovidos pela ditadura civil-militar asfaltaram o terreno que faltava para a mais nova modalidade de pagamento de dívida política no nosso país.
A direção da UNE tem trabalhado para o Governo Federal – e não para os estudantes – até o último momento. No protesto de um ou dois membros direção da UNE, no dia 07 de agosto em frente ao Clube Militar, o que se leu: “Total apoio às ações dos Ministros Tarso Genro e Paulo Vanucchi”. Mais uma vez a direção da entidade foi defender o governo e não os interesses do país.
Para quem acompanha de perto, o que se viu não trouxe novidades nenhuma. No outro factóide da UNE, no dia 19 de junho, quando se pedia uma nova política econômica, a queda dos juros e a saída do Presidente do Banco Central (Henrique Meirelles) com o intuito de apresentar uma entidade que critica o Governo Federal (Veja matéria em
http://www.une.org.br/home3/movimento_estudantil/movimento_estudantil_2007/m_12748.html).
A entidade foi desmascarada mais uma vez, porque no encontro da direção da UNE com Lula no dia 23 de julho, a “reivindicação” sequer entrou em pauta, pois foram tratados somente o seguinte: 1) Apoio de R$40 milhões do Governo Federal para a construção de um prédio de 13 andares para a sede da UJS/PC do B (mas com argumento que seria para uma entidade nacional dos estudantes). A “reivindicação foi prontamente atendida; 2) Desnacionalização da educação. Não foi sequer considerada pelo Governo Federal. A direção da UNE aceitou calada; 3) Projeto Rondon: é um projeto do Governo Federal. A UNE continuará “colaborando”; 4) ½ entrada: A UNE quer faturar em cima de tal direito. Foi encaminhada a proposta junto ao Governo Federal.
Tal postura colaboracionista da direção da UNE não é nova. Só algumas curiosidades. Enquanto a atual Presidente da UNE foi as ruas para demonstrar alguma coisa para iludir os estudantes, mas foi desmascarada na hora H, o ex-Presidente da entidade Gustavo Petta foi pior ainda. Depois de perseguir os estudantes que ocuparam a USP em 2007, o mesmo ainda tentou ir no vácuo do movimento autentico e propôs que a UNE também ocupasse reitorias em tom de apoio à ocupação. Tudo depois que a ocupação foi bem sucedida.
Mas o “coitado” foi rapidamente desmascarado. Um dia antes de divulgar o chamado “Dia Nacional de Mobilização nas Universidades Pública”, no dia 30 de maio de 2007, Gustavo Petta foi se encontrar com o Presidente Lula. Ou seja, foi pedir autorização do Presidente para o ato que atingiria o Governo Federal, o que nenhum líder estudantil sensato faria, pois primeiro faz o protesto, reivindica e depois vai se encontrar com o Presidente buscando soluções. Mas entidade chapa-branca não age assim (Veja agenda presidencial em
http://www.info.planalto.gov.br/download/Agenda_Trabalho/300507.doc).

Dois dias antes, o então Presidente da UNE, o Senhor Gustavo Petta, passava por constrangimento, conforme a seguinte matéria:

“Nesta segunda-feira (28/05) o presidente da União Nacional dos Estudantes (Une), Gustavo Petta, passou por um constrangimento público na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e viu o quão desgastado está seu discurso político (reformista e fajuto) com a base do Movimento Estudantil (ME) (ver em
http://dacsufpe.blogspot.com/2007_05_31_archive.html).

A cara do Gustavo Petta poderá ser vista aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=cwfTY__LYUE

Mais uma vez a farsa da UNE não deu certo, pois o que queriam:

“Em defesa da educação e para garantir o acesso e melhores condições de ensino para todos, a União Nacional dos Estudantes convoca para a próxima quarta-feira, 6 de junho, o "Dia Nacional de Mobilização nas Universidades Públicas"” (
http://www.une.org.br/home3/movimento_estudantil/movimento_estudantil_2007/m_9337.html)

E o que se viu? A UNE partindo para cima dos estudantes que pretendem debater uma reforma universitária para o país. Foi mais um episódio criado pela direção da UNE para não fazer nada para o movimento estudantil e impedir que outros movimentos façam alguma coisa.
Na onda dos recursos públicos liberado as “milhões” pelo Governo Federal ao grupo da UJS/PC do B que tomou conta da UNE, é natural que a qualquer momento ocorra a suspensão dos repasses de recursos públicos, pois a entidade precisará explicar muito sobre o que foi feito com os R$2,3 milhões patrocinados pelo Governo Federal via Petrobras com o projeto “História da UNE”. Tal projeto em nenhum momento se manifestou a favor da abertura dos arquivos da ditadura e a punição aos torturadores, porque comprometeria o Governo Lula. Nada se fez e nada se falou em interesse do país.

Por fim, atitudes como o da direção da UNE e do Ministro Tarso Genro não colaboram com a democracia, não contribui para a abertura dos arquivos da ditadura e apenas gera propaganda para si próprios.
Reconstituir a história da ditadura civil-militar exige paciência, trabalho de formiguinha e muita criatividade. Não é com provocações aos militares, com palavras de ordem e com factóides ministeriais que iremos mostrar ao povo brasileiro a face mais cruel da ditadura.
Estranhamente tal assunto veio a tona quando “democraticamente” o Governo Lula irá repassar cerca de R$30 milhões à UNE. Foi preciso montar um circo para tal palhaçada. E só usando os seres humanos que lutaram, foram torturados, assassinados ou trucidados pela máquina da morte.
Porém, no caso de um projeto da UNE, que foi realizado em parceria com a Fundação Roberto Marinho, cujo título é "História da UNE" (ou geralmente chamado de Memória do Movimento Estudantil), na análise do produto final do mesmo – o livro “Memórias estudantis: da fundação da UNE aos nossos dias” (de Maria Paula de Araújo, 2007) – está muito claro o quanto a entidade deixou de contemplar a história do movimento estudantil brasileiro a partir da UNE para relacioná-la apenas aos interesses atuais do PC do B na direção da entidade.
Ao buscar dar publicidade ao próprio projeto da Globo com a UNE, ao grupo que comanda a entidade há vários anos e não à história da UNE de fato, o que indica mais uma vez o monopólio de toda a história do movimento estudantil de forma muito estranha. Eis a explicação da autora logo no início:

“Este livro pretende recuperar um pouco dessa história e dessa memória recorrendo, de um lado, ao amplo acervo de depoimentos de antigos e atuais militantes e dirigentes da entidade, coletados e organizados pela equipe do Projeto Memória do Movimento Estudantil; e, de outro, à historiografia mais recente, que discute a história do Brasil contemporâneo e o papel dos estudantes nessa história” (Araújo, 2007, p. 18).

Num livro que traz como subtítulo “da fundação da UNE aos nossos dias”, cremos que a eliminação de estudos clássicos sobre a história da UNE é algo muito sério, sobretudo com a valorização extremamente positiva do Governo Lula e totalmente desfavorável aos seus antecessores. É o caso da Gestão Itamar Franco, que não apareceu nem na parte chamada “pequena Cronologia da História da UNE”. E muito menos citou-se o trabalho de Itamar Franco na devolução do antigo terreno da sede da UNE, o apoio à reconstituição histórica do movimento estudantil com o livro “UNE: reencontro do Brasil com sua juventude” .
A autora também deixou de recorrer aos acervos do PROEDES (UFRJ) – apoiando-se apenas nas fontes secundárias dos livros produzidos por sua coordenadora. Também não utilizou o rico acervo de entrevistas do CPDOC /FGV (Rio de Janeiro), que guarda relevantes entrevistas de José Talarico (que vivenciou os primeiros tempos da UNE), de Roberto Gusmão (Presidente da UNE em 1947) e de tantos outros. Nem fez mérito ao acervo do Edgar Leuenroth (Unicamp), sem falar nas inúmeras teses, dissertações e monografias produzidas a partir das universidades. Centrou as imagens do livro em sua brutal maioria nos arquivos no Rio de Janeiro (sobretudo do Jornal O Globo), omitindo imagens fantásticas de jornais como Folha de S. Paulo, o Estado de S. Paulo, Estado de Minas, Jornal do Commercio (Recife) e tantas outras referências. O mais impressionante é o descaso com as fontes, pois a autora abandona autores e fontes preciosíssimas da própria história da UNE, como o livro de depoimentos publicado por Jalusa Barcelos, o livro “UNE: Reencontro do Brasil com a sua Juventude”, o “História da UNE” (Nilton Santos) e o trabalho precioso de Dulles que trata da história da Fundação da UNE, também. Com tal atitude, o projeto da UNE/FRM quis apenas mostrar que os seus produtos são originais e os melhores já produzidos no Brasil. Ao buscar fugir do formato acadêmico, onde o debate, o compartilhamento de saberes e o rigor técnico são próprios da produção do conhecimento, a UNE/FRM também em nada ajuda a contribuir com um dos princípios das Diretrizes originais do Programa Memória do Mundo da Unesco, que é o de garantir o acesso universal e lutar pela preservação dos documentos. Quando é dada publicidade a um conjunto documental raro – que consideramos tratar quando falamos do movimento estudantil – se está contribuindo para alertar governos e a sociedade de modo geral quanto aos riscos de perda e de sua importância como patrimônio documental.
A própria parceria de setores do movimento estudantil com a Rede Globo é questionável, pois as organizações do jornalista Roberto Marinho historicamente combateu o movimento estudantil e tantos outros movimentos que lutavam contra a ditadura civil-militar. Pois a Globo tratou a UNE durante a ditadura como “Ex-UNE”, os militantes como “terroristas” e a militância política como “subversão”. É a mesma empresa que apoiou a ditadura, que não divulgou os primeiros momentos da campanha pelas “Diretas” e deu um golpe na redemocratização do país ao tornar a campanha de 89 como uma nova chance das elites do País de continuar no poder com a vitória do empresário Collor contra o operário Lula. ou ainda ressaltar a cobertura da Globo no movimento dos “cara-pintada” e na queda de Collor, que sobrevalorizou a contribuição do movimento estudantil justamente como argumento conveniente para as elites, pois com essa versão da história retira-se a imagem do reacionarismo histórico de nossas elites. Retira a imagem de que a elite é golpista e que sempre tem o interesse de derrubar presidentes eleitos na hora que quiser.
Por tais motivos muitos jovens brasileiros protestaram na PUC-SP quando da ocorrência de um seminário do projeto da UNE/Rede Globo por lá. A direção da UNE também não consultou suas bases quando da realização da parceria, o que gerou reação através de várias reclamações apresentadas nos congressos da entidade. Obviamente nunca considerados ou debatidos entre a direção da UNE e base estudantil. Em qualquer projeto de pesquisa é fundamental a escolha dos parceiros.
Outro aspecto é a escolha das fontes. No caso dos depoimentos, a escolha das pessoas que serão entrevistadas ocorre em função dos objetivos claros e definidos do projeto. É para se questionar que, ao se gastar tempo e recursos para entrevistar depoentes que porventura seriam importantes para a “história da UNE”, o projeto tenha escolhido os ex-presidentes que estiveram recentemente na UNE: Gustavo Petta (Presidiu a entidade entre 2003 e 2007), Felipe Maia (2001-2003), Wadson Ribeiro (1999-2001), Ricardo Capelli (1997-1999), Orlando Silva Júnior (1995-1997), Fernando Gusmão (1993-1995). Ou ainda Mauro Guimarães Panzera, que foi presidente da UBES em 1990, bem como Felipe Chiarello, o presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) de 1999 a 2001, que também participou de campanhas contra o corte de bolsas do Programa de Educação Tutorial, juntamente com a Coordenadora Técnica do Projeto da UNE/Rede Globo, Angélica Muller.
O mais enigmático dos entrevistados “selecionados” é Marcelo Britto da Silva, o Gavião, que foi Presidente da União Juventude Socialista (UJS) em 2007 e da UBES em anos anteriores, que garantiu mais uma vez a continuidade do PC do B na direção da UNE, pois para ele, “a UJS é uma entidade que tem uma responsabilidade para com a UNE muito grande. Tratamos a entidade com muito carinho e atenção no cotidiano do conjunto da nossa militância”.
Mas é importante questionar se a entrada de tais depoentes seria em função de uma possível que teriam com o PC do B ou com a sua União Juventude Socialista (UJS), levando-se em consideração que nada possuem de contribuição para a reconstituição da história da UNE. Nesse aspecto o projeto UNE/Globo peca sensivelmente. Além do fato da instrumentalização do esquecimento, o projeto da UNE/FRM está mais ligado à instrumentalização política da história.
Como alguns autores já trataram, a instrumentalização do esquecimento é uma arma política contra as democracias. Apoiando-se no projeto da UNE/Globo, o passado é utilizado pela direção do PC do B na UNE para massacrar o que pesquisadores, instituições e o próprio país têm produzido em termos de história do movimento estudantil. Ademais, a UNE ao associar-se à Rede Globo, também pautou-se no desperdício dos recursos públicos pois: 1) A produção em vídeo acabou beneficiando muito mais a parceira do que a UNE, pois se montou um acervo importante para novos produtos da empresa; 2) O apoio da Globo ao projeto foi reduzido, pois não doou muito sua estrutura ao projeto; 4) como é próprio da televisão apenas nomes consagrados vão para a telinha; 5) E nomes consagrados não produzem novidades, pois já falaram milhares de vezes em tantos e tantos veículos.
Um outro aspecto foi a estranha campanha de arrecadação de documentos da UNE, bem como o levantamento feito visando a produção de um guia de fontes, que o projeto UNE/FRM divulgou a todo canto que daria publicidade às fontes existentes e contribuiria para o acesso as mesmas.
Por fim, o que mais chamou a atenção do Projeto "História da UNE" foi o obscurecimento ao invés de um maior esclarecimento sobre a data de criação da UNE, pois o Projeto sempre recorreu a alguns argumentos pouco convincentes. Se tivessem consultado realmente os novos estudos sobre o movimento estudantil poderia ter refletido um pouco melhor sobre a origem da UNE. E não ficaria nos argumentos vazios apresentados.
Ademais, a própria Coordenadora Técnica do Projeto MME, Angélica Muller, que inclusive produziu dissertação de mestrado que passa pela origem da UNE e é clara que a UNE faria 70 anos em dezembro de 2008, tem seu próprio trabalho sumido de tudo que o projeto da UNE produziu. É frustrante a omissão da autora diante da história oficial da UNE, a entidade que encomendou o projeto MME à Fundação da Rede Globo.A partir daí, cremos que o marketing dos 70 anos da UNE foi a forma encontrada para a captação de recursos públicos aos milhões, pois a UNE sequer estudou as conclusões do Projeto MME sobre a data correta de fundação da UNE. A Coordenadora Técnica do Projeto afirmou à Revista de História da Biblioteca Nacional que a UNE foi fundada oficialmente em 1938. Ao ser questionada sobre o pôrque da UNE divulgar que a data de fundação foi agosto de 1937, Muller novamente confirma a data da criação, mas sem questionar a data fictícia da entidade:

“Porque naquele ano a Casa do Estudante do Brasil, no Rio de Janeiro, criou o Conselho Nacional de Estudantes. Foi, de fato, a principal origem da UNE, mas, pelo seu estatuto, o Conselho não podia ter fins políticos. Inclusive proibia os membros de abordar assuntos políticos. Quando houve o Segundo Congresso Nacional dos Estudantes, em dezembro de 1938, militantes do Partido Comunista já haviam tomado conta do Conselho e conseguiram aprovar uma pauta explicitamente política. Com isso, deram outro perfil à iniciativa e propuseram a criação de um novo órgão: a União Nacional dos Estudantes do Brasil. A carta-circular que menciona a UNE pela primeira vez é datada de dezembro de 1938” (
http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=1089).

Da história da Fundação da UNE, é lamentável que um único nome que ali não se trabalhou adequadamente foi o de Antônio de Franca, sobretudo no que se refere ao tema da sua tese apresentada ao II Congresso da UNE: a “criação da UNE”. Que são questões já exploradas em trabalhos de fôlego como os de Arthur José Poerner (O Poder Jovem) e John Dulles (A Faculdade de Direito de São Paulo e a Resistência Anti-Vargas: 1938-1945).
Um outro aspecto a considerar é o seguinte: um projeto sobre o movimento estudantil que não seja devidamente debatido perde sua legitimidade perante os futuros leitores, sobretudo quando tal projeto é financiado com recursos públicos. O interesse público precisa ser considerado quando o Estado investe seus recursos em entidades privadas.
Dos recursos arrecadados ou solicitados pela UNE nos últimos anos, inclui-se basicamente recursos de estatais e de emendas parlamentares. Só ao projeto "Memória do Movimento Estudantil - complementação" foram solicitados R$1.586.700,00. Em outro projeto, intitulado "Pesquisa Cultura na UNE: 1999 a 2007", o valor foi de R$351.210,00. O projeto "Atividade de Cultura e Arte da UNE" foi o mais interessante, pois arrecadou cerca de R$1.875.902 apenas de emendas parlamentares. Só o Projeto “História da UNE” (ou Memória do Movimento Estudantil ) já consumiu R$2,3 milhões de recursos patrocinados pela Petrobras via incentivo fiscal.
O projeto sobre a história do movimento estudantil que recentemente a UNE aguarda recursos intitula-se "Sempre Jovem Sexagenária", cujo objetivo é o seguinte: "recuperar e organizar as informações sobre a história, através do levantamento de dados, organização de um acervo de documentos, coleta de depoimentos orais de ex-militantes, pretende ainda publicar um livro e um documentário, objetivando desenvolver a arte em geral envolvendo a área da leitura"
[1].
Com valores de emendas ao tesouro feitas por parlamentares e totalizam R$650.000,00, que a nova investida da direção da UNE sobre mais um projeto de história da UNE surge. As emendas foram dos seguintes deputados do PC do B: Alice Portugal (R$ 200.000,00); Inácio Arruda (R$ 200.000,00) e; Renildo Calheiros (R$ 250.000,00).
É com base no destino que o PC do B está dando aos mais de R$4,5 milhões obtidos e exigidos do Estado para a reconstituição histórica da UNE, por meio do Projeto “História da U.N.E.”, que apoiamos nossos argumentos, pois não se produziu nada de significativo para a cultura brasileira. O maior beneficiário foi o PC do B, que centrou o projeto no registro e na sobrevalorização das últimas gestões do grupo no controle da UNE, e na propaganda de defesa do Governo Lula e dos seus próprios interesses de arrecadação de recursos públicos eternamente. E o pior: manipulou dados históricos adequando-os aos interesses do PC do B.



[1] Fonte: http://www.cultura.gov.br/salic4/index.php?pronac=0710778.

2 comentários:

Tatiana Zocrato disse...

Sem palavras para expressar meu sentimento de discordância geral para com o texto publicado.( vou pegar o bonde na cartilha da Mudança... vai responder direitinho a minha humilde opinião).Nossa tarefa na UNE, assim como em cada instância do ME, não é demarcar posição, bradar discursos e ficar no gueto. É avançar nas vitórias com unidade de todos os setores que defendam um programa mínimo que contemple a disputa da Reforma Universitária em defesa da Universidade Pública, de mais verbas para a Educação, Assistência Estudantil, Extensão, Pesquisa e regulamentação da Educação Privada com uma nova Lei de Mensalidades; o tensionamento à esquerda do Governo Lula, em conjunto com os demais Movimentos Sociais, combatendo suas políticas neoliberais e garantindo sustentação para as políticas progressistas e populares; e a democratização do Movimento Estudantil, com uma UNE dirigente de um novo momento e de uma nova cultura política para o ME.

Por enquanto é isso...

Viva a União Nacional dos Estudantes !!!!!

Anônimo disse...

Tatiana, considero e respeito o seu comentário. Mas uma questão é a direção da UNE/UJS/PC do B produzir uma imagem que não corresponde com a realidade. Outra coisa é a direção da própria entidade dividir os estudantes entre "nós" e os outros. A UNE consultou as bases sobre a parceria com a Rede Globo? A UNE debateu a reforma universitária com os estudantes? No evento do Prouni no Rio Grande do Sul, quando o Ministro Tarso Genro chamou os estudantes que buscavam debates a reforma universitária do Governo Federal de "radicalóides", se a Presidente da UNE tivesse um mínimo de decência e respeito para com os estudantes (colegas) responderia de imediato ao Ministro assim: "Ministro, nossos colegas que discordam de nossa posição, também merecem o nosso respeito. Vamos debater com eles". A atitude submissa, irresponsável e de profundo desrespeito com os que lutaram contra as ditaduras ou dos que lutam hoje contra o pensamento único por parte da direção a UNE/UJS/PC do B ainda irá exigir um pedido de desculpas e o devido ressarcimento ao País. Vender a história da entidade é algo muito sério, não é? A UNE deveria liderar o movimento estudantil, mas o quadro atual de submissão da entidade aos poderes (não apenas o Executivo) impede qualquer base de sustentação no meio estudantil. O que tenho ouvir falar é que o Ministério Público Federal irá pedir o ressarcimento dos recursos públicos utilizados pela UNE/Fundação Roberto Marinho para fazer propaganda da União Juventude Socialista do Partido Comunista do Brasil (UJS/PC do B).
Creio que tal fato irá prejudicar em muito o Governo Lula, que na minha avaliação tem dado contribuições importantes ao País.