FONTE: O LIBERAL, 21 de abril de 2009
Situação de casas de estudantes é debatida
Estudantes de vários Estados brasileiros discutem em Belém a situação das casas universitárias, opção de moradia para quem precisa estudar em outra cidade, mas não tem condições financeiras de pagar aluguel. Uma proposta que chegou a ser apresentada pela Universidade Federal do Pará (UFPA), a da bolsa, é rejeitada por quem já mora nesses espaços.
A discussão sobre a manutenção das casas de estudantes universitários faz parte do XXXIII Encontro Nacional de Casas de Estudantes (Ence), iniciado domingo. A programação tem cerca de 300 participantes e se estende até sábado, 25, no auditório Setorial Básico II.
Atualmente, Belém tem casas estudantis mantidas tanto pelas universidades quanto por prefeituras. A UFPA mantém uma casa feminina (Casa da Estudante Universitária/ Caesun), onde moram 26 pessoas selecionadas pela Proreitoria de Extensão (Proex) através de edital.
O prédio da Caesun é alugado, o que motivou muitas críticas dos estudantes presentes no encontro porque, embora a instituição alegue dificuldades financeiras para construir um prédio próprio, já gastou cerca de R$ 2 milhões com o aluguel.
Mais críticas foram direcionadas à proposta já feita pela UFPA no ano passado, de criar bolsas de auxílio moradia para substituir as casas. Segundo Leila Bentes, organizadora do encontro, a bolsa estimada à época foi R$ 300,00, valor considerado aquém dos custos de uma casa.
'Belém tem o terceiro aluguel mais caro do Brasil. Só a bolsa não supre as necessidades e a moradia é um dever da universidade porque também uma política estudantil para manter o aluno na universidade' , sustenta.
Para a estudante, o fim das casas universitárias também desarticularia a mobilização dos estudantes que pressionam as instituições por melhor assistência estudantil (moradia, alimentação, saúde e esporte). E eles cobram maiores investimentos.
A pro-reitora de extensão da UFPA, Ney Cristina, aponta dificuldades para atender a cobrança. A primeira é financeira, já que os recursos previstos para 2009 sofreram corte de cerca de R$ 2 milhões e ficaram em R$ 7 milhões.
Outra dificuldade apontada é a técnica porque a aplicação esbarra em normas legais ou na falta delas. Comprar livros, por exemplo, é uma dificuldade. E, segundo Ney Cristina, há, ainda, a demora no repasse dos recursos federais. Ano passado, por exemplo, os recursos só foram repassados à UFPA no dia 8 de dezembro.
Ela afirmou que parte dos recursos voltaram porque não houve tempo de elaborar os projetos e, ainda, cumprir os prazos de licitação em exíguos vinte dias.
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