sexta-feira, 3 de abril de 2009

Brasil concede anistia ao ex-governador Miguel Arraes


FONTE: http://www.diariodopara.com.br/noticiafull.php?idnot=36729

Brasil concede anistia ao ex-governador Miguel Arraes

Hoje, dia em que o golpe militar de 1964 completou 45 anos, a chamada Caravana da Anistia do Ministério da Justiça começou a julgar em Recife cerca de 60 requerimentos de indenização de pessoas que sofreram perseguição política durante o regime militar. Durante cerimônia no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, o ministro Tarso Genro (Justiça) oficializou também a anistia ao ex-governador Miguel Arraes (1916-2005), que no dia 1º de abril de 1964, na metade de seu primeiro mandato como governador, foi retirado do local ao negar a renúncia. Arraes foi detido pelos militares e, após passar 11 meses preso em Fernando de Noronha, foi exilado na Argélia. O ministro afirmou que Arraes foi um exemplo de resistência e pediu perdão, em nome do Brasil, à viúva Madalena Arraes e aos demais familiares e amigos do ex-governador. "A visão tradicional da anistia é que ela é um perdão que o Estado concede. A concepção que está na base desse nosso trabalho é que quem pede perdão é o Estado, porque foi o Estado que cometeu as violências e os delitos na época", disse. O neto de Arraes e governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), participou da solenidade e chorou. O governador doou ao ministro o acervo documental do Instituto de Criminalística do Estado para o Memorial da Anistia Política. Hoje, o governo de Pernambuco liberou ainda o pagamento de indenizações a 32 ex-presos políticos, totalizando em 169 o número de beneficiados pelo Estado desde 2007. Os valores variam de R$ 7.000 a R$ 30 mil. O Estado já gastou ao todo mais de R$ 4 milhões com indenizações. Para a liberação dos recursos, foram priorizados os anistiados mais velhos e com doenças graves ou em estado avançado. No país, o número de indenizações chega a 12 mil desde 2002, com criação da Comissão da Anistia. Amanhã, a Caravana dá prosseguimento às análises dos requerimentos das indenizações em sessão na Câmara Municipal de Recife, onde Francisco Julião (1915-1999) será homenageado. Ele ajudou a fundar as Ligas Camponesas e teve seus direitos políticos cassados pelo regime militar. (Folha online)

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