terça-feira, 7 de abril de 2009

LIVRO JONAS! PRESENTE ... AGORA E SEMPRE, DE MARISA BARROS

LIVRO JONAS! PRESENTE ... AGORA E SEMPRE

DE MARISA BARROS

RECIFE: CEPE, 2009

SUMÁRIO

Apresentação

Prólogo

Tanques nas ruas. É o golpe

O dia seguinte

David Capistrano Filho: um amigo

A ALMA: Associação Literária Machado de Assis

Além da Alma: sob o olhar de uma irmã

Mamãe: sua despedida

Epílogo

Depoimentos

Outras publicações na imprensa e manifestações estudantis

Jonas: dados biográficos, objetos pessoais e álbuns de família

Mais escritos de Jonas



APRESENTAÇÃO

A tantos que conheçam a história recente de Pernambuco emociona lembrar o que nos conta neste livro a escritora Marisa Barros: o assassinato de seu irmão, Jonas José de Albuquerque Barros, baleado no centro do Recife, ao lado do também estudante Ivan da Rocha Aguiar, ao enfrentar as forças golpistas em 1º de abril de 1964.
A memória me vem ainda mais pungente sabendo que, naquele momento, Jonas e Ivan, jovens plenos de ideais, davam a vida em protesto contra a deposição do governador de Pernambuco, Miguel Arraes de Alencar, que a poucos metros se concretizava, no Palácio do Campo das Princesas cercado pelas tropas do Exército.
Nasci depois de 1964. Mas fui criado em um ambiente vivo de ações e testemunhos de mulheres e homens que, das formas mais diversas, se opuseram ao arbítrio. Brasileiras e brasileiros que marcaram a história deste país com exemplos de determinação e coragem e deram os primeiros passos na luta nacional de resistência à ditadura.
O lançamento deste livro, sob o patrocínio da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), se dá na passagem dos 45 anos da morte de Jonas José de Albuquerque Barros e de Ivan da Rocha Aguiar e da prisão – e depois, do exílio - do governador Miguel Arraes, por recusar-se a renunciar, sob a imposição das armas, ao mandato que lhe fora outorgado pelos pernambucanos.
Com esta iniciativa, expressa o Governo do Estado de Pernambuco a sua homenagem aos que se levantaram em defesa da democracia e, com a unidade do povo brasileiro, fincaram as bases sobre as quais as novas gerações hoje constroem a Nação das nossas mais belas esperanças.



Eduardo Henrique Accioly Campos
Governador do Estado de Pernambuco

Um comentário:

Anônimo disse...

Luiz Arraes:sou o oitavo dos dez filhos de Miguel Arraes.Contei para Marisa Barros uma história que nunca tinha contado a ninguém.Poucos dias da chegada do meu pai do exílio,ele me pediu para levá-lo ao Cemitério de Santo Amaro para reverenciar a memória de minha mãe(sou o caçula do primeiro casamento).Antes de entrar no cemitério ele comprou três flores.Recolheu-se longamente,cabeça baixa,diante do túmulo do Barão de Vila Bela onde repousam os restos mortais de minha mãe.Pegou uma das flores e a deixou no túmulo.Abordou um funcionário do cemitério e perguntou onde ficavam os túmulos de Jonas e Ivan.Após localizá-los pousou em cada um uma flor.
Havia algumas pessoas no cemitério,algumas poucas,surpresas com aquela presença.Cumprimentavam-no com deferência,simplicidade,cada a um a seu modo.
Do nada surgiram televisão e rádio,provavelmente alertados por algum visitante.A visita já se fazia longa.Ele contou a razão de sua presença ali.O recolhimento diante de três sepulturas,para demonstrar sua saudade,seu respeito,sua homenagem.
Esta história pode estar gravada.Onde?Não sei dizer.Não me lembro os órgãos de imprensa presentes.
Pouco afeito à publicidade,o acaso fez que aquela discreta e anônima visita tornou-se pública.Isto não o incomodou.O contrário teria para ele,acredito,o mesmo significado simbólico.Seu diálogo era com a sua consciência.