segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Site Memória da Censura no Cinema Brasileiro (1964-1988)


FONTE: http://www.memoriacinebr.com.br/projeto.asp

O Projeto
Historicamente, todo regime totalitário tem no controle sobre as formas de expressão um dos principais pilares de sua sustentação, e a isso chamamos Censura. Através dos tempos, sob a fachada de “proteção à ordem social”, foi exercida contra indivíduos e idéias. Censura significa cerceamento de liberdades individuais, negação da liberdade de expressão, manipulação de informação, de rumos, de vidas.
No Brasil, de 1964 à promulgação da Constituição de 1988, a Censura cumpriu sua função histórica como um dos mais importantes órgãos de repressão da ditadura militar brasileira. Sem ela, seguramente, o regime de exceção não teria se sustentado por quase três décadas. As limitações intelectuais dos censores, muito propagadas pela imprensa, jamais foram empecilhos à sua ação. Bem organizada, sagaz, implacável e poderosa, frustrou sonhos, impediu caminhos, abortou promessas e calou gerações.
Censura não tem a ver com classificação etária, definição de horário e de programação. Censura tem a ver com repressão às liberdades individuais, negação do direito de livre expressão, manipulação de informação e de vidas.
Conhecer sua história e reconhecer os danos causados é o caminho para impedir que se repita. Esta é a proposta deste projeto pioneiro. Aqui, os danos culturais, políticos e sociais que nos legou por herança podem ser aferidos, livres de interlocutores ou interpretações. “Expor para melhor guardar” é a proposta que defendemos e da qual nos queremos instrumento.
Em dezembro de 2005, o projeto disponibilizou gratuitamente mais de seis mil documentos relativos a 175 filmes brasileiros – processos de censura, documentos do DEOPS-SP e material de imprensa. Deste total, seis filmes não tiveram seus processos de censura localizados - Amor bandido; Wilsinho Galiléia; Cuidado, madame; Imagens do silêncio; Sem essa, aranha e Copacabana, mon amour e participam do projeto apenas com material de imprensa. Outros cinco não tiveram qualquer material de imprensa localizado - Álbum de família; 1968; Ironweed; Gigante da América e Cinema inocente. Estão presentes seus processos de censura.
Agora, em outubro de 2007, estamos disponibilizando mais 269 filmes, de trinta e cinco cineastas, grande parte representantes do cinema marginal, da pornochanchada e do cinema independente.
No total, a filmografia de sessenta cineastas brasileiros está amplamente representada. Outros quarenta e seis cineastas são citados por suas participações em filmes episódicos.
Uma nova edição do conteúdo deste portal em DVDRom, revista e ampliada, cumpre o objetivo de ampliar o acesso às informações para além da Internet e será distribuída gratuitamente por todo o país. Você também pode adquiri-lo através do site, na página “Compre aqui seu DVD”.
Esclarecimentos sobre a documentação
Através de criterioso cruzamento dos números de matrícula dos censores, de suas assinaturas e seus carimbos de identificação, pudemos creditar a autoria de muitos documentos que apresentam apenas um ou outro destes três elementos. Alguns documentos, mesmo incompletos, foram mantidos devido à importância da informação que continham.
No material de Imprensa, foram priorizadas as que apresentavam fonte e data de publicação. Quando consideradas relevantes, foram incluídas matérias incompletas, sem créditos ou com créditos parciais. Agradecemos desde já por toda a ajuda que nos leve a comprovar os créditos ou completar estas matérias. Para isso, entrem em contato conosco através da página “Contato”.
Para finalizar
Este trabalho foi realizado tendo sempre em mente nossas limitações e a consciência de que, como disse Marc Bloch em seu livro Apologia da Historia ou o Oficio de Historiador, “a vida é muito breve, os conhecimentos a adquirir muito longos para permitir, até para o mais belo gênio, uma experiência total da humanidade”.
Fizemos nossa parte e disso, nos orgulhamos.
Se erros subsistem, eles me concernem e as críticas devem ser dirigidas a mim. Quanto aos acertos, estes são a partilhar com toda minha equipe.
Leonor Souza PintoCoordenadora

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