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Discurso do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de inauguração dos campi da Univasf e visita ao Hospital de Urgências e Traumas de Petrolina
Petrolina-PE, 04 de setembro de 2008
Meu querido companheiro Eduardo Campos, governador do estado de Pernambuco,
Meu querido companheiro Jaques Wagner, governador da Bahia,
Minha querida companheira Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil,
Meu querido companheiro José Gomes Temporão, ministro da Saúde,
Meu querido companheiro Sérgio Rezende, ministro da Ciência e Tecnologia,
Meu querido companheiro José Múcio Monteiro, ministro das Relações Institucionais,
Deputados e deputadas federais: deputada Ana Arraes, deputado Edson Duarte, deputado Fernando Coelho Filho, deputado Inocêncio Oliveira, deputado Maurício Rands, deputado Pedro Eugênio, deputado Sílvio Costa,
Meu caro Odacy Amorim de Souza, prefeito de Petrolina,
Meu caro João Paulo, nosso querido prefeito de Recife,
Meu caro Ronaldo Mota, secretário de Educação Superior do Ministério da Educação,
Meu querido companheiro Graziano, que hoje é representante da FAO na América Latina e Caribe,
Meu caro José Weber Freire Macedo, reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco,
Meu caro Fernando Bezerra Coelho, secretário de Desenvolvimento Econômico, em nome de quem quero cumprimentar todos os secretários aqui presentes,
Minha cara companheira Maria das Graças Carvalho, secretária municipal de Saúde,
Meu caro Paulo César da Silva Lima, vice-reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco,
Senhoras prefeitas – estou vendo a nossa querida Cleuza, aqui, de Salgueiro, tomando sol,
Meu caro Renato Leal, em nome de quem cumprimento todos os estudantes aqui presentes,
Meus queridos amigos e amigas profissionais da saúde e da educação,
Funcionários da Universidade,
Meus companheiros e companheiras de Petrolina, Juazeiro e do Brasil,
Depois de ouvir os companheiros falarem, eu sempre fico me perguntando se eu também teria que falar. Entretanto, penso que temos que compreender que o dia-a-dia da política deste país é igual ao dia-a-dia de qualquer outra atividade que nós praticamos no mundo. E, muitas vezes, deixamos de fazer algumas coisas porque não compreendemos o que está sendo feito ou, outras vezes, as pessoas não querem que a gente entenda o que está sendo feito, porque quanto mais gente entender, mais gente vai aprender a cobrar para que mais coisas aconteçam no nosso País.
Quando fui candidato a presidente da República, em 1989, ao terminar a campanha, descobri que não conhecia o Brasil, porque a vida de um candidato (é assim): ele pega um avião no estado em que ele mora, desce na capital de um estado, vai para o palanque, desce do palanque, volta para o aeroporto, vai para outro palanque, desce do palanque, vai para outro aeroporto. E aí você pergunta: quantos estados você visitou? O cara fala: “Eu visitei dez”. Quantas cidades? “Cinco” Agora, quantas você conhece? “Nenhuma”, porque você não conversa com ninguém, você fica atrás de informações ditas pelos seus amigos para fazer um discurso, e termina não conhecendo.
Eu me convenci, em 1989, que se nós quiséssemos governar o País bem precisaríamos conhecê-lo. É como uma dona-de-casa que cuida bem da cozinha: se você nunca entrou na cozinha, e quiser fazer um café, vai ficar meia hora procurando onde está o pó, onde está o açúcar, onde está o bule. Às vezes nem faz, porque não encontra as coisas, numa cozinha pequena.
Para governar um país deste tamanho tem que conhecer as diferenças regionais, as diferenças culturais, as diferenças, eu diria, políticas, a diferença de qualidade das regiões produtivas. Resolvi, então, conhecer o Brasil. Em 1991, criei uma coisa chamada Caravana da Cidadania e percorri 91 mil quilômetros deste país de ônibus, de trem, de carro e de barco. Por exemplo, eu saí de Pirapora, em Minas Gerais, para chegar aqui em Juazeiro, de barco. Saí de Manaus de barco e passei 15 dias – passando por dezenas de cidades entre Belém e Manaus – para conhecer como viviam os povos ribeirinhos daquela região.
A primeira viagem que fiz foi a mesma que eu tinha feito em 1952, com sete anos de idade, quando a minha mãe saiu de Garanhuns para São Paulo. Naquele tempo, eu demorei 13 dias em viagem, com uma camiseta só porque não tinha a segunda para trocar. Refiz o mesmo percurso. Depois, eu fiz o percurso de Assis Brasil, no Acre, na divisa com o Peru, até Dourados, no Mato Grosso do Sul. Depois que terminou essa viagem, me dei conta de que eu conhecia o Brasil, porque para cada trecho que eu viajava, tinha uma aula. O Graziano e o professor Aziz Abi-Saber fizeram a viagem comigo. Cada trecho que a gente viajava, em cada região nova que a gente entrava tinha um especialista que ia dar uma aula, seja dentro de um ônibus, dentro de um barco, em qualquer lugar que a gente estivesse. A gente tinha de três a quatro aulas por dia sobre a região por onde nós estávamos passando.
Isso foi criando na minha cabeça a idéia de que o Brasil não pode ser pensado se não for conhecido na sua totalidade. Aí começamos a pensar um projeto de desenvolvimento nacional e também projetos de desenvolvimento regional, para que a gente pudesse ter um projeto grande e, dentro desse projeto grande, ter projetos que atendessem as regiões e as microrregiões do nosso País.
É aí que entra a questão da educação. O Nordeste brasileiro era a parte do Brasil que menos formava doutores, que menos formava pesquisadores. Quando eu digo Nordeste, era a região metropolitana das cidades nordestinas, das capitais, não chegava ao sertão. Muitas vezes, verdadeiros gênios existentes nesses oito milhões e meio de quilômetros quadrados, por não terem na sua região nenhuma escola técnica profissional, terminavam o ensino fundamental e não tinham mais o que fazer na vida. Se fossem corajosos e estivessem dispostos a romper, muitas vezes, com a incompreensão do pai e da mãe, iam sozinhos para uma capital tentar a sorte. Se não fossem corajosos, ficavam e terminavam trabalhando na roça para ajudar a família a sobreviver.
Nós tomamos a decisão de que era preciso expandir a educação para todo o território nacional. Hoje, vejam o que está acontecendo. Quando terminarmos o meu mandato, no dia 31 de dezembro de 2010, estaremos entregando neste país 214 escolas técnicas profissionais a mais. Alguém pode dizer que é pouco, mas é preciso que tenhamos um paradigma para dizer se é pouco ou muito. Se vocês querem saber, desde a primeira escola técnica construída no Brasil, que foi construída pelo presidente Nilo Peçanha em 1909, na cidade de Campos, no Rio de Janeiro, até 2003, quando eu cheguei a Presidência da República, 100 anos praticamente, tinham sido feitas 140 escolas. Em oito anos, vamos fazer 214 escolas técnicas profissionais.
Se quem vier depois de mim fizer mais 214, e quem vier depois de quem vier depois de mim fizer mais 214, vai chegar um dia em que teremos escolas suficientes para dar oportunidade de estudo a todos os brasileiros, e quem sabe permitir que em um curto espaço de tempo este país, em vez de ser exportador de minério de ferro, de soja, de carne, de suco de laranja – também exportamos aviões – seja exportador de conhecimento e de produtos muito sofisticados.
Vou dar um outro exemplo para vocês: vocês sabem o que é bauxita? Bauxita é o minério que produz o alumínio. Quando você colhe a bauxita e vende uma panelada para a China, vende-se a tonelada da bauxita, que é o minério bruto, por 30 dólares. Se colocar um pouco de tecnologia e fizer alumina da bauxita, que é o primeiro subproduto, já exporta a tonelada por 500 dólares. Se você transformar em alumínio, exporta a tonelada por 3 mil dólares. A mesma tonelada sai de 30 dólares e pode chegar a 3 mil dólares, cem vezes mais.
Por isso é importante estar aqui inaugurando uma nova etapa da Universidade. Para a gente atingir esta capacidade de avanço tecnológico, temos que investir em educação, porque precisamos de mais profissionais qualificados. Por isso o ministro Sérgio Rezende propôs, e nós aprovamos, um PAC de ciência e tecnologia. Até 2010, vamos investir R$ 41 bilhões em ciência e tecnologia neste país. Por isso tomamos a decisão de levar internet banda larga a 57 mil escolas públicas urbanas, para garantir que as crianças pobres tenham acesso às mesmas condições que as crianças que são filhas de gente um pouco mais afortunada. Mas não é apenas isso.
Esta semana para mim foi gloriosa, porque estou aqui hoje antecipando a inauguração de um hospital que vai começar a funcionar no dia 23 e inaugurando esta parte da Universidade, de qual vim lançar a pedra fundamental há pouco tempo. A Dilma citou aqui um número e quero que vocês me expliquem. Ontem participei de um ato no Palácio do Planalto com 54 reitores das universidades federais. Ontem foi assinado lá o decreto, a portaria para (inaudível) do edital de vestibular de 2009, por conta do Reuni.
A Dilma disse um número que quero que vocês reflitam. Em 2003, quando cheguei à Presidência da República, a gente renovava praticamente 113 mil vagas por ano para nossos estudantes. Agora, serão 227 mil novos alunos que vão ter oportunidade de estudar nas universidades brasileiras.
Aí me veio outra coisa que me deixou alegre. Vocês poderiam perguntar: “por que o Lula, que não estudou em universidade, só fez curso de torneiro mecânico, investe tanto em educação, se já teve reitores, doutores, advogados, já teve tanta gente fina governando o Brasil?” Possivelmente porque eu sinta pelos outros o que sinto por mim mesmo. Quero que os meus filhos e que os filhos deste país tenham a oportunidade de estudar que eu não tive.
Às vezes um cidadão se forma na USP, na Unicamp, na Universidade Federal de Pernambuco, depois ele ganha uma bolsa e vai passar dois anos em Paris fazendo pós-graduação, fazendo mestrado; depois ele ganha outra bolsa e passa mais dois anos em Berlim; depois ele ganha outra bolsinha – tem gente que vive de bolsa – e vai para Londres ficar mais dois anos, e nunca há um tempo para retribuir com trabalho o que foi o pagamento que o povo brasileiro garantiu para ele. Quando ele vai e volta, volta mais capacitado e pode prestar enormes serviços à comunidade brasileira. Se vocês, que estudam Medicina aqui, ao se formarem quiserem trabalhar na Avenida Paulista, em São Paulo, ou quiserem trabalhar apenas na praia de Boa Viagem, sabem o que vai acontecer? Vai ser uma frustração, porque embora a gente esteja aumentando o curso de Medicina, os pobres do sertão vão ficar sem médico, vão ficar sem atendimento. As pessoas, muitas vezes, parece que querem mercantilizar uma coisa nobre que é a educação, sobretudo na área da saúde, em que a gente faz o juramento “de atender, em qualquer hipótese, pode ser inimigo, pode ter ou não dinheiro”. Esse juramento muita gente esquece depois que se forma.
Eu penso que nós precisamos não apenas formar, mas criar uma nova mentalidade. Quando fui dirigente sindical, quero dizer que fui um dos grandes dirigentes sindicais deste país. Eu joguei a modéstia aqui embaixo. Aliás, durante a década de 70, fui o melhor dirigente sindical deste país. Eu sempre tive muitas dúvidas sobre greve de médicos, como sempre tive muitas dúvidas sobre greve de metrô, porque quem paga é exatamente a parte mais pobre da população. A gente não vê greve nos grandes hospitais particulares. A gente vê no setor público, onde crianças ficam nas filas esperando horas por um atendimento e as pessoas não aparecem para atendê-las em nome de reivindicar um salário a mais.
Na verdade, podem reivindicar, brigar, denunciar, mas não deixem de atender a parte mais pobre da população, porque é ela que não tem o direito de protestar, ela não está organizada. Muitas vezes, se uma mãe rica vai a um hospital e não tem médico, ela vai para outro. Mas uma pobre – se for pronto-socorro de um bairro – não tem para onde ir e, muitas vezes, não tem dinheiro para pagar o ônibus para voltar para casa. É preciso que a gente construa não apenas mais profissionais, mas também uma nova consciência cidadã neste país, uma consciência com muita maturidade.
Fui agora inaugurar a universidade de Diadema. Já fizemos uma em Diadema, a Universidade Federal do ABC, em Santo André e São Bernardo, estamos construindo a de Osasco, a de Guarulhos já foi inaugurada, já fizemos uma em Santos e vamos fazer uma em Mauá. Estamos fazendo 88 extensões universitárias neste país, espalhadas por todo o território nacional; estamos fazendo 10 universidades federais novas; mais uma universidade latino-americana, que vai ter currículo em espanhol, professores espanhóis e portugueses, alunos espanhóis e portugueses, e vai ser chamada de universidade da integração. Vamos fazer também, na cidade de Redenção, no Ceará, a universidade afrodescendente, afro-brasileira, para que a gente comece a pagar a dívida que temos com os negros que eram cidadãos livres e foram transformados em escravos, durante 300 anos neste país. Certamente, nós não vamos conseguir pagar a dívida que temos com a África em dinheiro, nós temos que pagar com solidariedade, irmandade, companheirismo.
Eu fui a Diadema inaugurar. Cheguei lá, os alunos de Diadema me procuraram e falaram: “Presidente, sabe quantos alunos tem de Diadema aqui? Quatro. Tem muita gente de fora.” A primeira aluna que eu encontrei era de Recife, que foi fazer vestibular de Medicina lá. Eu falei: gente, isso não é um problema, isso é um desafio. A gente não pode ficar criando um bolsão: “só pode estudar aqui quem mora aqui”. Não. O que é preciso, na verdade, é que cada prefeito, daqui para a frente, terá que aprender uma lição. Cada prefeito vai ter que ter cursos especiais para preparar o povo de sua cidade para entrar na universidade. Esse é um desafio extraordinário. Tem que ter cursinho especial, bancado pela prefeitura, para que quando se fizer o vestibular, tenha muitos alunos.
Aliás, se depender de mim, um dia nós vamos acabar com o vestibular. Está aqui o nosso companheiro do Ministério da Saúde. Na Universidade Federal de Santo André, já a partir do ano que vem, os alunos que acertarem 90% da prova do Enem não vão precisar fazer vestibular, vão entrar direto na Universidade. E eu não aceito o argumento de que “o aluno não está muito preparado”, se ele não gastou 3 milhões em um cursinho, por que está cheio de escolas, de cursinhos querendo que as coisas aconteçam como elas querem. Está cheio de gente que fala: “se não fizer um cursinho, não vai passar”. Estão lembrados de quando eu criei o ProUni? Estão lembrados do que diziam? “O Lula quer nivelar a educação por baixo, colocando o jovem da periferia, sem muito preparo e que estudava em escola pública, para fazer vestibular”. Qual é a realidade hoje? Em 15 áreas pesquisadas, os melhores alunos são do ProUni, são exatamente aqueles que não tinham oportunidade. É aquilo que o nosso companheiro falou, tem uma parcela da sociedade que já sabe que vai entrar na universidade, estudou em escola boa e se não conseguir passar no vestibular para uma universidade federal, o pai vai pagar a melhor universidade. Mas tem uma outra turma que nasce, que se não passar na federal não vai estudar em outra, porque não pode pagar. Este é o dado concreto.
O que nós queremos fazer? Primeiro, nós queremos que todos tenham a melhor escola possível. É por isso que as novas universidades serão de qualidade, para servir de paradigma. A Universidade Federal do ABC, em pouco tempo estará entre as melhores universidades do mundo, entre as cem. A USP - só para vocês terem uma idéia - que é a grande referência das universidades do Brasil, está em 115º lugar, tem 115 universidades melhores do que a USP no mundo. Pois nós queremos que as nossas agora se preparem, para a gente ter muitas das nossas entre as 100 primeiras. É isso que vai dar qualificação para este país. O pré-sal é muito importante, mas o melhor do pré-sal que a gente pode dar ao Brasil não é apenas tirar o petróleo é, com o dinheiro do petróleo, formar milhões de jovens neste país, porque aí será uma energia positiva e para sempre, porque passará de pai para filho.
Por isso, estou satisfeito. Fui, na terça-feira, inaugurar o pré-sal. Vocês sabem a alegria – não vou falar a palavra que eu senti – de a gente pegar um petróleo que foi tirado a 4.300 metros de profundidade. Eu que tenho medo de mergulhar numa piscina de 2 metros, pegar no petróleo e saber que tem muito mais, e saber que o descrente fala assim: “Pegar de 4 mil é fácil, quero ver pegar de seis mil”. Eles não sabem que aqui no Nordeste a gente aprende o seguinte: “Para baixo todo santo ajuda”. Nós vamos tirar de 6 mil, se tiver de 7 mil, vamos tirar, se tiver de 8 mil, vamos tirar. O meu medo sabe o que é? É tirar um japonezinho, porque o buraco está cada vez mais fundo. De qualquer forma, só podemos fazer isso pelo grau de inteligência da Petrobras: grandes engenheiros, grandes geólogos, que se prepararam para chegar lá.
Então, companheiros e companheiras, hoje é um dia prazeroso. Queria terminar dizendo duas coisas para vocês. Primeiro, contar a história de um companheiro chamado Gilnei Costa Santos, tem 18 anos, é de Matuípe, na Bahia. Sua mãe é Edelsa Costa Rodrigues, ele é o mais novo dos seus sete filhos e o único que estuda em universidade. Gilnei sempre estudou em escola pública, conta ele: “Para mim, foi uma proeza entrar na faculdade e para minha família, motivo de grande orgulho. Minha mãe vivia de cozinhar para fora, e também ganhava o Bolsa Família. Com esse dinheiro e mais 40 reais de doações, consegui freqüentar um cursinho pré-vestibular e pagar o transporte. Prestei o vestibular para Psicologia no ano passado e fui aprovado. Moro do lado de lá de Juazeiro e venho todos os dias a pé para a escola”. Ele quer ser professor de Psicologia. “Por enquanto, participo do programa Conexões e Saberes, junto com outros 43 bolsistas e ganho uma ajuda mensal de 300 reais”. Ele participa de sete projetos junto à comunidade, um dos quais é um cursinho pré-vestibular comunitário. “Minha proposta é transformar esse projeto de conexões em política pública”.
Uma outra história interessante é da Janaína Nunes dos Santos. Tem 20 anos – sem namorado, isso aqui é para os homens ficarem... Não está escrito aqui, não, isso já é invenção minha, quem sabe ela tenha namorado. Mas a Janaína é de Lagoa Grande, há pouco mais de 50 quilômetros de Petrolina. Estudou em escolas públicas e é aluna do 5º período de Psicologia. É filha de Carmosina Nunes dos Santos e irmã de Joabi, que é beneficiário do ProJovem. “Nossa educação foi sendo construída com o dinheiro que a minha mãe recebia do Bolsa Família. Agora são 96 reais. Meu irmão recebe 30 do ProJovem e eu não vejo a hora de ele completar a idade para prestar vestibular aqui na Federal do Vale do São Francisco. Minha mãe tem muito orgulho porque entrei na universidade, principalmente porque também trabalho na coordenação do Pré-Vestibular Popular. Isso me valeu uma bolsa de 300 reais do Projeto Conexões e Saberes. Mas faço ainda mais, porque participo do Projeto Euclides da Cunha de alfabetização no ensino público. Com isso, acho que aos poucos vou devolver” – Janaína, meus parabéns – “à comunidade aquilo que ela vem me proporcionando”. Cadê a Janaína? Janaína, me diga a verdade: está namorando ou não está? A Janaína termina, dizendo o seguinte: “As pessoas dos grandes centros não sabem o que se passa por aqui. Elas não sabem, por exemplo, que no último Enade o curso de Psicologia foi considerado o primeiro do Nordeste e o 13º de todo o território nacional”.
Meus queridos companheiros governadores, deputados, senadores,
Quero terminar dizendo para vocês que governar é exatamente isso, é ver as coisas acontecerem a cada dia. O Brasil está vivendo o seu momento mágico nesses últimos 40 ou 50 anos, as coisas estão dando certo. Dizem que eu tenho muita sorte, e Deus queira que eu me levante todos os dias com mais sorte ainda, porque sem sorte a gente não arruma nem mulher, e nem a mulher arruma marido para casar. É preciso ter muita sorte na vida política, na vida administrativa e também é preciso ter muita sorte no amor porque senão a vida não vale a pena.
Um abraço. Parabéns. Nós voltaremos outra vez quando estiver totalmente pronta aqui e em Juazeiro. Companheiros da Bahia, quero dizer uma coisa para vocês. Há tempos estou com vontade de vir inaugurar a ponte. Já que ela não tem namorado e o Gilnei não tem namorada, quem sabe... Aqui é o programa “casamento no palanque”.
Só para terminar, a ponte de Juazeiro, estou para inaugurar há muito tempo. Entretanto, é importante que vocês saibam o que aconteceu. Nós tínhamos um projeto original da ponte de Juazeiro, onde ela terminaria em linha reta. O prefeito, junto com o Ministério Público e a comunidade modificaram o projeto e pediram para o Ministério dos Transportes fazer uma alça para entrar na cidade. Nós modificamos o projeto e tivemos que fazer nova licitação. Quando estava pronta a licitação, disseram que não queriam mais a alça porque atrapalharia o trânsito de Juazeiro. Fomos obrigados a voltar ao projeto original. Tem licitação neste mês de setembro para a gente poder terminar essa obra, e eu quero atravessar a pé junto com vocês.
Um abraço, meus queridos.
($211A)
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
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