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- Corrupção que derrubou reitor era denunciada pelo movimento estudantil
- Episódio demonstra a importância da liberdade de organização e mobilização dos estudantes, docentes e trabalhadoresA corrupção na reitoria da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp, estampada nos principais veículos de comunicação do país esta semana, já vinha sendo denunciada pelo movimento estudantil há meses. Uma das mobilizações dos estudantes foi duramente reprimida pelo então reitor Ulysses Fagundes Neto, no dia 14 de junho deste ano, e foi noticiada pela imprensa paulista de forma preconceituosa. O Movimento Estudantil Popular Revolucionário - MEPR criticou, na época, o fato de que as notícias não davam destaque ao relatório da Controladoria Geral da União - CGU que apontou 27 irregularidades no ano de 2005 e mais 67 no ano de 2006, mas afirmavam que os estudantes teriam depredado o patrimônio da instituição.
Uma das irregularidades apontadas no relatório da CGU era de gastos acima do valor das diárias nas viagens ao exterior. No último dia 25, acusado de ter usado indevidamente o cartão corporativo, Ulysses Neto, comunicou ao ministro da Educação, Fernando Haddad, a decisão de renunciar ao cargo. O Tribunal de Contas da União – TCU detectou desvio de finalidade nas viagens do ex-reitor e que, com exceção de uma viagem, todas as outras foram para participação em eventos de sua especialidade médica, a gastroenterologia.O ex-reitor argumentou que já devolveu o dinheiro devido à União e que foi mau instruído sobre o uso do cartão corporativo. Ulisses Neto reiterou que não agiu de má fé e, convocado a depor na CPI Mista dos Cartões Corporativos, adiou o depoimento alegando compromissos agendados antes de ter sido convocado.Em reunião desta quarta-feira (27), o Conselho Universitário – Consu da Unifesp indicou o nome do psiquiatra Marcos Pacheco de Toledo Ferraz para ocupar a posição de reitor pro tempore da instituição, com a tarefa de comandar um novo processo eleitoral que elegerá o futuro reitor no período de 60 dias. Os estudantes da Universidade se reúnem em Assembléia Geral para direcionar as ações do movimento estudantil em relação às denúncias de uso indevido do cartão corporativo da universidade pelo reitor Ulysses Fagundes Neto desde abril deste ano. Tiago Cherbo, coordenador do Diretório Central de Estudantes – DCE, afirmou que os estudantes consideraram a atitude do reitor uma falta grave. "O dinheiro público foi usado. Mesmo que não tenha sido de má-fé, como o próprio reitor salientou na coletiva de imprensa, trata-se de um ato ilegal", relatou.
Esse fica sendo mais um lamentável episódio da forma como algumas instituições públicas de ensino superior vêm servindo aos interesses pessoais de gestores e grupos a eles ligados. O ANDES-SN é solidário com os docentes, alunos e servidores da Unifesp. Para o Sindicato Nacional, essas situações demonstram o quanto a organização e mobilização de estudantes, docentes e trabalhadores é importante como meios de denúncia desses atos abomináveis praticados por gestores que deveriam zelar pelo patrimônio público e pela educação.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Corrupção que derrubou reitor era denunciada pelo movimento estudantil
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