sábado, 15 de setembro de 2007

A Nota da UNE (caso Renan) saiu: fraca, sem uma clara posição tomada, sem indignação e sem comprometimento da entidade no debate sobre a questão


A nota da UNE saiu. Mas não enxergamos ali nenhuma indignação, posição fechada sobre a questão ou mesmo enfrentamento da entidade com a questão.
É uma repetição do que o próprio Planalto vem reafirmando: 1) apuração pela Polícia Federal e outros órgãos; 2) A necessidade da reforma política; 3) E lamentos. Antes do julgamento de Renan a UNE já deveria ter construído uma agenda sobre a questão. É bom que se diga que o Caso Renan já se arrasta há 03 meses. É bom que se diga que a nota da UNE saiu quase três dias depois.
Quanto ao SENADO, É BOM QUE SE DIGA QUE A UNE também não se incomodou em iniciar a comemoração do que seria seus 70 anos (em agosto) justamente no Senado Federal. A ida do evento para um outro local poderia ser uma forma de protesto importante, mas mantiveram lá mesmo com a presença de um Presidente de Senado que não consegue explicar minimamente os seus ganhos e os seus gastos, sonega dados à Receita Federal (o famoso empréstimo) etc. Ou seja, um Presidente de Senado (e do Congresso Nacional) sem condições de ficar no comando de uma casa. Mas a UNE se calou o tempo todo. O recebimento de emendas parlamentares de acusados de corrupção ou de acobertar a corrupção também não é nenhum problema para a UNE.
Em suma, a nota é tardia, não permite aos brasileiros conhecer sua posição sobre o Caso Renan e acaba defendendo por fim o Presidente do Senado, que é irmão de um ex-Presidente da UNE chamado Renildo Calheiros, que sempre está muito presente nas atividades da UNE até hoje. A UNE deveria cobrar de parlamentares do PT, PC do B, PSB e outros que compõe a chamada esquerda brasileira a votarem contra Renan Calheiros e a favor do Brasil. A entidade prefere a posição conciliada com os interesses dos poderosos, não convocou ninguém às ruas para defender a democracia e não debateu com os estudantes um posicionamento claro acerca do assunto. A nota é frustante!

FONTE: http://www.une.org.br/

Em nota divulgada nesta sexta-feira, presidente da UNE, Lúcia Stumpf, reafirma a postura de repudio aos casos de corrupção e exige a apuração de todas as denúncias contra o presidente do Senado

Pra combater a corrupção, Reforma Política já!
O "caso Renan Calheiros" é o capítulo mais recente da prolongada crise do sistema político-partidário no Brasil. A UNE declara sua firme posição ao lado dos que exigem uma apuração séria de todas as denúncias de corrupção no país e ao lado dos que criticam a absurda falta de transparência do Senado ao definir por uma sessão fechada para votação que culminou na não-cassação do senador.
As investigações têm que continuar, com liberdade para que a Polícia Federal e a Justiça exerçam sua função e apurem as denúncias em curso. Afinal, a sociedade brasileira exige saber se as denúncias são verdadeiras ou não. Caso se configure qualquer infração legal, exigiremos a imediata aplicação rigorosa da lei e punição dos envolvidos.
Fica mais uma vez demonstrado que o Brasil precisa urgentemente de uma Reforma Política que ataque o principal elemento que interfere no compromisso dos representantes políticos com o povo: o financiamento privado das campanhas eleitorais. Tal sistema cria laços de envolvimento entre muitos políticos e os seus financiadores de campanhas, em detrimento dos seus eleitores e do conjunto da sociedade, a quem deveriam estar respondendo.
Precisamos, na verdade, de uma profunda Reforma Política capaz de mudar a dinâmica do sistema brasileiro, desde a eleição dos nossos representantes até a forma de funcionamento das instituições. Rejeitamos o modelo atual e lutamos por uma reforma que radicalize os instrumentos de promoção da democracia, promovendo a ampliação da participação popular. Para tanto, é urgente o estabelecimento do financiamento público exclusivo de campanha, a adoção do instituto da fidelidade partidária e a votação em lista fechada, instrumentos que visam fortalecer o debate em torno de projetos, acima das vaidades e interesses individuais. Neste momento, nossa pressão é também para que o Senado seja capaz de retomar seus trabalhos e para que aprove leis que façam melhorar as condições de vida do povo e que favoreçam o desenvolvimento do Brasil.
Por fim, há um elemento fundamental na luta por transformações, e do qual jamais abriremos mão, seja nos marcos atuais ou em um ambiente mais democrático: a mobilização popular. Apenas com povo na rua somos capazes de pressionar as Casas Legislativas, o Poder Executivo, o Judiciário e qualquer poder estabelecido por mudanças concretas. O Brasil precisa de muita gente na rua para lutar por uma Reforma Política Democrática, por mudanças na política macro-econômica que permitam um modelo de desenvolvimento com crescimento, distribuição de renda e educação a todos os brasileiros e brasileiras.
Por isso realizamos passeata em frente ao Banco Central em julho e uma grande Jornada em Defesa da Educação no mês de agosto, em unidade com o conjunto dos movimentos sociais. Teremos uma nova jornada em novembro e muitas outras serão construídas.
Estamos atentos e estaremos sempre ao lado do povo na luta por um Brasil justo, soberano e desenvolvido.Lúcia Stumpf, presidente da UNESão Paulo, 14 de setembro de 2007

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