terça-feira, 29 de abril de 2008

Diálogos intergeracionais



FONTE: http://www.ondajovem.com.br/materiadet.asp?idtexto=320
Matéria publicada na Edição 10 - março/2008 - Família

Diálogos intergeracionais

Se por um lado só o jovem pode saber o que é ser jovem hoje, o acúmulo de quem já foi jovem contribuirá também para se formular políticas de fato, disse Elen Linth, no painel de abertura.

Se o impacto de uma conferência na agenda política do País se mede pelo número de ministros que a prestigiam, a 1ª Conferência Nacional de Juventude começou bem. Mas, além das presenças notáveis, o que chamou a atenção no painel de abertura do evento no início da noite de domingo foi a recorrência do tema "diálogo intergeracional" nas falas de Regina Novaes, pesquisadora e primeira presidente do Conjuve e de Elen Linth, que ocupou o mesmo cargo até dezembro passado. Para Regina, que trouxe algumas sugestões como orientação estratégica para os debates a serem travados nos dois dias seguintes, o diálogo intergeracional e o diálogo intrageracional são os dois nomes do jogo, ou melhor da viabilização das propostas que estão em jogo. Para Elen, se por um lado, "só o jovem sabe o que é ser jovem hoje, o acúmulo de quem já foi jovem contribuirá decisivamente para a formulação de políticas de fato". Ou seja, "políticas que devem ser estruturais e universais para dar respostas concretas e efetivas às questões pautadas na Conferência". Segundo ela, “isso significa incorporar demandas diversas e abranger inclusive aquelas dos jovens que não têm a experiência identitária de pertencer a grupos". A partir dessas considerações, lembrou-se da necessidade de preparação de quem lida com jovens, formando-os para tal atribuição. Um propósito que, por sinal, tem sido a bandeira de Onda Jovem desde a concepção do projeto. Naturalmente, este é apenas um dos ângulos do grande desafio no campo da juventude, mas sua evidência nunca esteve tão forte nas discussões, o que reforça a percepção do muito a ser feito. De fato, nesse campo há oportunidades inexploradas, inclusive junto ao público mais diretamente ligado à formação educacional do jovem - o professor da rede pública - que poucas vezes está preparado para reconhecer "o jovem por trás do aluno". Fechando o painel de abertura, o Secretário Nacional de Juventude, Beto Cury, fez uma exposição das diretrizes que considera mais relevantes para o sucesso de uma política pública de juventude no Brasil. No primeiro bloco, estão a multiplicação de espaços institucionais de juventude nas três esferas de governo; o marco legal (a PEC da Juventude) e a capacitação de gestores públicos, anunciando a realização de 40 novos cursos de formação para 1,6 mil participantes em 2008. Outro foco estratégico para ele são as relações internacionais, tendo como prioridades a filiação do Brasil à Organização Internacional de Juventude (OIJ), a articulação no âmbito do Mercosul e dos países de língua portuguesa e a consagração de 2008 como Ano Iberoamericano da Juventude. O terceiro eixo estratégico é a inclusão social, com a ampliação e integração, já em curso, dos programas governamentais para juventude, com investimento de R$ 5,4 bilhões até 2010, para alcançar 3,5 milhões de jovens. Beto Cury completou o conjunto de diretrizes com o eixo da participação social, representado pelo Conjuve, conselho composto em 2/3 por representantes da sociedade civil, e pela própria realização das Conferências.


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