quarta-feira, 15 de agosto de 2007

AUTO-ANÁLISE SOBRE A INSTRUMENTALIZAÇÃO POLÍTICA DA HISTÓRIA

Já está na rede o novo texto da Coordenadora Técnica do Projeto MEMÓRIA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL (MME). O MME resultou de uma sociedade entre a União Nacional dos Estudantes – UNE – com a Fundação Roberto Marinho (Rede Globo).
O título é “Os usos políticos do passado: a construção da história da União Nacional Dos Estudantes na sua reconstrução (1976-1979)”, que foi publicado nos anais do XXIV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, em 2007.
Para Angélica, “outra versão para fundação da UNE foi apresentada em minha dissertação de mestrado onde, através da documentação pesquisada, foi evidenciada a fundação da entidade em 1938. Para um aprofundamento da questão ver: MÜLLER, Angélica. Entre o Estado e a Sociedade: a política de juventude de Vargas e a fundação e atuação da UNE no Estado Novo. Rio de Janeiro: dissertação de mestrado defendida na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2005”.
A autora no artigo apresentou que a documentação pesquisa, que abrange as primeiras movimentações em torno da criação da UNE, deixou envianda a fundação da UNE em 1938. Uma análise dos documentos iniciais da UNE, incluindo os depoimentos (MUITOS DOS DOCUMENTOS E DEPOIMENTOS PODEM SER CONSULTADOS AQUI NO BLOG), não deixam dúvidas quanto à data de criação da UNE.
O que esperávamos unicamente como a grande “descoberta” a ser anunciada pelo Projeto MEMÓRIA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL foi para o ralo. Havia também alguma expectativa de que o projeto contribuísse com a história dos Centros Acadêmicos, Diretórios Acadêmicos e DCEs, mas de repente a UNE passou a ser a instituição que fez tudo pelo movimento estudantil brasileiro. Mas a instrumentalização política da história da entidade jogou tudo pelo ralo, também. São (2) dois milhões de Reais muito mal aplicados, quando levamos em consideração que boa parte do que o projeto Memória do Movimento Estudantil apresenta como novidades podem ser encontrados em bons livros. Inclusive com uma maior qualidade e fidelidade.
Politicamente, a UNE poderia ter batalhado pela abertura dos arquivos da ditadura militar, por um trabalho efetivo do MEC no que tange à memória do movimento estudantil. Poderia ter feito um trabalho com o movimento estudantil nesse sentido. Mas quis apenas fazer alguma coisa para poder justificar a captação de mais grana dos nossos recursos públicos.
O artigo da Coordenadora técnica do Projeto MEMÓRIA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL cai como uma luva no “trabalho” feito pela UNE e pela Fundação Roberto Marinho em relação à entidade, pois é muito visível como a UNE tem utilizado a história para promover seus diretores e ex-diretores, assim como para lucrar alto com recursos públicos retirados do nosso povo.
Iremos trazer uma série de dez lições ao Projeto Memória do Movimento Estudantil sobre como fazer um projeto que seja efetivo e que leve em consideração aos pessoas.

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