sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Mostra de Di Cavalcanti prossegue até dia 9 na UFPE

Mostra de Di Cavalcanti prossegue até dia 9 na UFPE

A mostra itinerante “Di Cavalcanti: Cronista de seu tempo” prossegue até o dia 9 de setembro, no Foyer Jandaia do Centro de Convenções da UFPE. Sob a curadoria do professor Fábio Magalhães, é a primeira vez que estas obras, cedidas do acervo do Museu de Arte Contemporânea da USP, circulam pelo País.

O público poderá apreciar 100 desenhos produzidos por Di Cavalcanti, entre 1921 e 1952, período próspero de sua criação. As obras expostas espelham temas recorrentes na obra do artista – caricaturas, cenas da vida noturna, carnaval, crítica social, retratos, cenas parisienses, tipos populares, figuras femininas, ilustrações e painéis para cenários de teatro –, além de trazer um pouco do dia-a-dia da época vivida pelo artista.

O ARTISTA - Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Mello, ou Di Cavalcanti é um dos mais importantes nomes do modernismo brasileiro. Um dos articuladores da Semana da Arte Moderna nasceu no Rio de Janeiro em 6 de setembro de 1897 e faleceu, na mesma cidade, em 26 de outubro de 1976.

O desenho foi atividade ininterrupta na vida do artista Di Cavalcanti. Desde seus primeiros traços, em 1914, desenhar ou pintar foi a forma que ele encontrou para estabelecer relações com as pessoas, com a vida, com seu tempo. Por isso muitos de seus desenhos foram feitos nos bares, nos prostíbulos e nas ruas.

Artista de traço rápido e econômico, isto é, de poucas linhas, Di Cavalcanti teve a capacidade de captar o espírito de sua época e registrar os aspectos essenciais dos tipos humanos, causando grande impacto nos leitores e repercutindo ruidosamente nos meios intelectuais e artísticos daqueles anos.

Através de suas ilustrações, caricaturas e charges, o artista criticou, quase sempre de modo bem-humorado, mas com fina ironia, os valores de uma burguesia urbana (carioca e paulista) que procurava imitar hábitos parisienses. Seu desenho sublinhou as enormes diferenças existentes entre os modos de vida da elite e do povo brasileiro. O olhar sensual, a abordagem cordial, a preferência por tipos mestiços fazem de Di Cavalcanti o “pintor mais brasileiro dos artistas”, como afirmou Mário Pedrosa.

Foi um extraordinário cronista de seu tempo. Cenas da vida noturna e de boemias, retratos dos amigos, Carnaval, tipos populares, cenas cariocas, prostíbulos são recorrentes na obra do artista e, claro, a figura feminina – seu tema predileto. “Eles (os artistas) não amam a vida. Amam a arte como um mito. E eu amo, sobretudo, a vida, esta vida que vem como os calores sexuais, de baixo para cima...” (carta de Di Cavalcanti para Mário de Andrade em 1930).

Boêmio, apaixonado pela vida noturna, estava sempre cercado de muitos amigos e de belas mulheres. Apesar desse seu feitio, Di Cavalcanti deixou uma obra vasta. Foi pintor, desenhista, gravador, ilustrador, cenógrafo, muralista, escritor e poeta. O fato extraordinário é que ele soube combinar, e até mesmo associar, a boemia com o trabalho intelectual e artístico.

Mais informaçõesSuperintendência do Banco do Brasil em Pernambuco(81) 4009. 1358
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