quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Plano de Assistência Estudantil vai beneficiar alunos de origem humilde

29/08/2007 13:44
Plano de Assistência Estudantil vai beneficiar alunos de origem humilde

professora Rita de Cássia LopesAutor: Izabel Liviski
Está sendo aguardado com muita expectativa nas universidades federais o lançamento do Plano Nacional de Assistência Estudantil que o MEC fará no próximo dia seis de setembro.


É uma antiga reivindicação de todas as instituições de ensino superior para implantar projetos e reduzir a evasão escolar segundo a Assessoria de Assuntos Estudantis da UFPR, Rita de Cássia Lopes. O Plano Nacional de Assistência Estudantil deve liberar em 2007 de R$ 120 milhões para programas de moradia, alimentação, transportes e inclusão digital. O programa também prevê a criação de um fundo que destinará 10% do orçamento de custeio das instituições exclusivamente para financiar programas para estudantes de baixa renda. Até agora são as universidades que bancam os projetos com recursos próprios e não conseguem atender à demanda de todos os alunos que necessitam de apoio para concluir a graduação. Levantamento feito pelos integrantes do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (FONAPRACE), 65% dos universitários precisam de algum tipo de ajuda para se manter na universidade e atualmente apenas 13% dos estudantes são atendidos. Muitos não conseguem se manter longe de casa, bancando alimentação, transporte e livros e são obrigados a deixar a graduação. ALUNOS CARENTES - O FONAPRACE realizou duas pesquisas para traçar o perfil dos estudantes que freqüentam as instituições federais brasileiras. O último estudo feito em 2004, mostrou que 43% dos universitários têm renda familiar de até R$ 927. Nessa época, foram avaliados 530 mil alunos. Pelo menos 227 mil deles eram candidatos em potencial aos programas de assistência estudantil. De acordo com os dados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), o número de jovens de baixa renda é ainda maior. As respostas dos questionários socioeconômicos apontam que 30,1% dos universitários das instituições públicas possuem renda de até três salários mínimos. Ainda não foram definidos os critérios para a divisão dos recursos entre as instituições, mas é certo que será levado em conta o número de alunos e os programas de ações afirmativas, como o de cotas, por exemplo. INCLUSÃO DIGITAL - Um dos pontos fundamentais para o MEC é que as instituições promovam a inclusão digital dos estudantes de baixa renda. Por isso, o plano sugere que as universidades planejem a aquisição de equipamentos e a criação de cursos de capacitação na área de tecnologia para atender a esses alunos. As universidades poderão investir também em transporte para os estudantes de baixa renda. A idéia é evitar que os universitários deixem de freqüentar as aulas ou de realizar projetos de pesquisa porque não podem custear a locomoção de uma localidade para outra. Está previsto também o investimento em assistência de saúde. As instituições devem garantir aos alunos de baixa renda o acesso aos serviços de atendimento básico em ambulatórios. Isso inclui também assistência psicológica. Outros aspectos a serem contemplados são a cultura e o esporte. As instituições poderão, por exemplo, financiar apresentações teatrais e musicais, criar cineclubes e construir ou reformar quadras esportivas NOVO PROGRAMA DE BOLSAS - Outro projeto que será lançado dia seis de setembro é o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência que pretende complementar o Plano Nacional de Assistência Estudantil. Serão investidos outros R$ 72 milhões no projeto, que distribuirá 20 mil bolsas a estudantes de cursos de licenciatura. A idéia é estimular os jovens a concluir os cursos e aumentar a qualidade da formação profissional deles. Terão prioridade os alunos dos cursos nas áreas de física, química, biologia e ciências (áreas em que há mais carência de professores na rede pública), artes e música. Os bolsistas ganharão R$ 300 por mês e desenvolverão projetos para melhorar os indicadores de desempenho escolar de colégios das redes municipais e estaduais de ensino. NOVO IMPULSO – Para Rita de Cássia Lopes esse plano muda tudo e trás um novo alento para implantar projetos que beneficiem os alunos carentes. “Vamos poder planejar melhorias para os alunos em todos os aspectos”, destaca a professora. Hoje a UFPR banca 508 bolsas para estudantes com renda familiar de até três salários mínimos. A expectativa agora é poder ampliar o número de bolsas e desenvolver novos programas. Para Rita, o fato da UFPR já ter as cotas raciais e sociais consolidadas é um grande ponto para que “estejamos incluídos entre as instituições com maior número de recursos." Além das bolsas, os alunos da UFPR contam com Restaurante Universitário e a instituição mantém ainda a Casa da Estudante onde moram mais de 100 jovens. ACS

FONTE: http://www.ufpr.br/adm/templates/index.php?template=2&Cod=3020

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