quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Artigo A extensão na UFPE (Por Gilson Edmar Gonçalves e Silva)

FONTE: Artigo no JC (Recife) de hoje

A extensão na UFPE

Gilson Edmar Gonçalves e Silva
gilson.edmar@ufpe.br

A Extensão Universitária vem cada vez mais ocupando um relevante papel como atividade acadêmica e como elo de comunicação da Universidade com a sociedade, não devendo ser exercida como uma atividade isolada. Ela tem relação com o ensino e a geração de conhecimento, com articulação ativa entre o saber, o fazer, o conviver e o aprender a aprender. Passa a ser uma ampliação do processo pedagógico e induz a integração entre os saberes científico e popular.
Quanto ao objetivo das relações com os espaços extramurais, precisamos estar atentos para o fato de que a Extensão não é só uma atividade externa, mas requer estar em sintonia com a missão da Universidade. O olhar se direciona tanto para fora como para dentro da instituição, no sentido de manter uma interação permanente entre esses dois campos de atuação. A Extensão deve ser também um movimento de transformação social.
É necessário ser bastante crítico, tanto nas ações extensionistas, como nos seus instrumentos de avaliação, pois é através delas que fazemos a Universidade ter um sentido social. A Extensão não tem apenas um caráter assistencialista, mas deve sempre visar o outro numa relação de reciprocidade. Este outro pode ser apenas o homem, mas também a sociedade ou as instituições. É possível entender o significado da responsabilidade e do compromisso ao encontrar o outro. Uma atividade de extensão não pode ser construída apenas para o outro, mas principalmente com o outro.
O Fórum dos Pró-Reitores de Extensão das Universidades Brasileiras propôs, como diretrizes para suas boas ações, algumas características necessárias e que fazem parte dos princípios que vão nortear estas atividades. Deve ter impacto, ou seja, deve ter o objetivo de fazer o bem, deve haver interação com o saber popular, deve ocorrer interdisciplinaridade, portanto diversificada e deve ser sempre integrada ao ensino e a pesquisa.
A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) vem dando o valor que esta atividade acadêmica merece através da sua Pró-Reitoria de Extensão (Proext), sob a liderança da professora Solange Coutinho e com o apoio dos professores Ivan Melo e Bartira Ferraz. Se antes a Extensão era considerada apenas como uma atividade que não se enquadrava no ensino ou na pesquisa, atualmente o conceito é bem amplo e representa um dos três pilares de uma Universidade. É um dos principais elos entre a academia e a sociedade, propiciando ações transformadoras e levando os avanços científicos e tecnológicos em benefício da comunidade. Além disso, é indutora também de atividades artísticas e culturais, através de programas, eventos, prestação de serviços e outros produtos acadêmicos.
A UFPE usa de transparência administrativa no apoio a estas atividades, publicando editais que permitem a todos concorrer igualmente para a execução das mesmas. Um dos critérios exigido nos editais é a participação dos estudantes nas ações extensionistas, pois estas devem se caracterizar como um processo educacional. Assim, numa instituição de ensino não deve haver extensão sem estudante. Passa a ser um novo modelo de aprendizagem sem salas de aula, deslocando o eixo pedagógico professor/aluno para o eixo estudante/sociedade.
Outra ação extensionista relevante é a assistência à saúde da população, através do Hospital das Clínicas (HC). Esta assistência médica também ampliou seu campo de atividade, saindo do modelo hospitalcêntrico, para atuar na atenção básica, por meio do programa de saúde da família e na média complexidade, em consonância com o que se passa hoje na formação do profissional da saúde. O HC está integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS) para atender à alta complexidade e serve de referência e contrarreferência neste modelo de saúde hierarquizado. Essa atividade assistencial envolve professores, estudantes e profissionais da área de saúde.
As ações culturais e artísticas além de propiciar oportunidades aos mais antigos, têm também como objetivo identificar talentos dentro e fora da Universidade, além de promover chance a todos de acrescentarem aos seus conhecimentos específicos, conteúdos importantes para uma formação mais completa.
Os eventos programados pela Proext, como os concertos no Teatro ou o Domingo no Campus, como exemplos, trazem a comunidade do entorno para os nossos ambientes, cumprindo assim uma das diretrizes da nossa gestão: o compromisso social da UFPE.

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