Cuba presta homenagem a Che em 40º aniversário de sua morte
FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u335014.shtml
da Folha Online
O ditador cubano, Fidel Castro, 81, prestou homenagem a Ernesto Che Guevara no 40º aniversário de sua morte, dizendo que o guerrilheiro argentino foi um "combatente excepcional", enquanto admiradores foram às ruas de Cuba e da Bolívia para lembrar Che.
Fidel --que não é visto em público desde que foi submetido a um cirurgia intestinal, quando cedeu o poder a seu irmão, Raúl Castro, há mais de 14 meses-- não compareceu à cerimônia em homenagem a Che na cidade de Santa Clara.
No entanto, um representante do governo leu a sua mensagem, publicada no jornal oficial "Granma" a milhares de pessoas que se aglomeraram em volta da estátua de bronze de Che em Santa Clara. Uma gravação antiga de Fidel lendo a carta de despedida que Che escreveu para ele há quatro décadas também foi ouvida pela multidão por alto-falantes.
Marcos Brindicci /Reuters
Admirador carrega bandeira com imagem de Che Guevara na Argentina, sua terra natal
"Faço uma pausa no combate diário para me inclinar, com respeito e gratidão, ante o combatente excepcional que foi morto em 8 de outubro, há 40 anos", escreveu Fidel.
O líder cubano lembrou o "exemplo" dado por Che, que liderou uma frente que atravessou as Províncias do sudeste de Cuba quando lutou na Serra Maestra, e tomou a cidade central de Santa Clara, onde se celebra hoje a comemoração do 40º aniversário de sua morte.
"Cumpridor de honrosas missões políticas no exterior, mensageiro do internacionalismo militante no leste do Congo e da Bolívia, ele despertou consciências na América e no mundo".
Fidel --que há dez anos presidiu uma cerimônia de exumação dos restos de Che em Santa Clara --levados a Cuba após serem achados na Bolívia--, reconheceu também o trabalho de Guevara como criador das jornadas de trabalho voluntário.
"Ele nos deixou seu estilo inconfundível de escrever, com elegância, brevidade e veracidade, cada detalhe do que passava em sua mente. Ele era um predestinado, mas não sabia disso. Ele combateu conosco, e por nós", disse ainda Fidel.
Homenagem
A homenagem oficial a Che ocorreu na manhã desta segunda-feira na praça da Revolução, onde estão guardados seus restos mortais e os dos revolucionários que o seguiam.
Martin Alipaz/Efe
Menino boliviano veste camiseta com imagem de Che Guevara
O ato nacional foi transmitido pelas redes de TV Cubavisión, Canal Educativo e Cubavisión Internacional, e também pela Rádio Rebelde e pela Rádio Habana Cuba.
Como parte das homenagens, ocorreu também uma virada cultural no teatro da Universidade Central de Villa Clara, com a participação de importantes personalidades da cultura cubana e latino-americana.
Che comandou em 1958 a batalha pela libertação de Santa Clara da ditadura de Fulgencio Batista (1952-1958), motivo pelo qual é considerado um "filho adotivo" da cidade.
Após a cerimônia, a filha de Che, Aleida, uniu-se a outros parentes para depositar flores na tumba do revolucionário.
Bolívia
Na Bolívia, mais de 7.000 fizeram uma passeata em homenagem a Che no domingo (7).
Ontem, o presidente boliviano, Evo Morales, evocou a memória de Che em discurso em Vallegrande, 450 km ao sudeste de La Paz, onde os restos mortais do guerrilheiro ficaram enterrados clandestinamente por 30 anos antes de serem descobertos e levados a Cuba.
Na Argentina, cerca de 500 jovens reuniram-se na praça de Maio, em Buenos Aires, carregando bandeiras com a imagem de Che, para ouvirem bandas de rock que tocaram em sua homenagem.
Maria Eva Rodriguez, estudante de 18 anos que estava na praça, disse que a maioria dos jovens na Argentina não sabe o que Che defendia.
"Em Cuba, Che fez parte da revolução. Mas aqui na Argentina, ele não fez nada. Ele representa apenas um símbolo de rebeldia", afirmou.
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