segunda-feira, 9 de junho de 2008

Memória estudantil relembra 1968 (na UnB)

FONTE: http://www.secom.unb.br/releases/releases.php?id=109
SEMINÁRIO
Memória estudantil relembra 1968
UnB realiza seminário para debater os 40 anos da luta deflagrada contra o regime militar
O cenário na capital do país em 1968 era dos mais tensos. Protagonista do movimento estudantil na cidade nova, a Universidade de Brasília (UnB) sofria repressão desde a deflagração do regime militar até os acontecimentos que marcaram a memória da instituição naquele ano, quando foram detidos numa quadra de esportes do campus, cerca de 500 estudantes. O Seminário UnB: o ano de 68 e a rebelião dos estudantes, a ser realizado nesta próxima quarta-feira, dia 11 de junho, relembrará essa e outras histórias da luta estudantil no século XX no Brasil. O encontro, organizado pela Casa de Cultura da América Latina (CAL) da UnB será no Anfiteatro 9 (ICC Sul), a partir das 10h, com entrada livre.
Estudantes que participaram ativamente do movimento na UnB estarão no seminário para compor a mesa-redonda O movimento estudantil e o Território livre do Campus da UnB. Será a primeira atividade do encontro após a exibição de curta-metragem com relato do ex-líder estudantil, Vladimir Pereira. Já está confirmada a presença do artista plástico e poeta Xico Chaves; do reitor da Universidade Federal de Mato Grosso, Paulo Speller; do urbanista Lenine Bueno Monteiro; do professor de Arquitetura da UnB, Antonio Carlos Carpintero, entre outros.
"Essas pessoas eram estudantes da UnB na época e tiveram um papel político importante na universidade. Todos eles tiveram problemas políticos e alguns até foram presos", explica a coordenadora da CAL e professora aposentada do Departamento de História da UnB, Geralda Dias. Também integrarão a mesa-redonda estudantes da atual gestão do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UnB, Fábio Felix e Luiza Oliveira e ainda Norton Monteiro, irmão do líder estudantil Honestino Guimarães, desaparecido desde 1973.
Além da mesa-redonda, os ex-estudantes da UnB participarão de uma roda de memória, que servirá para lembrar como era o cotidiano no campus. "Eles darão seus depoimentos para relembrarmos como os alunos viviam. Naquela época, Brasília não oferecia muitas opções culturais, então o movimento cultural na universidade era bastante intenso", conta Geralda. "Vamos discutir como era a moradia, como os alunos se relacionavam com os professores, entre outros assuntos", afirma a professora.
Haverá ainda o lançamento e exibição do filme A rebelião dos estudantes – Brasília, 1968, do jornalista Antonio Pádua Gurgel. Ele, que na época era aluno secundarista do Centro Integrado de Ensino Médio (Ciem) - uma escola que existiu na Faculdade de Educação da UnB até 1971 - também é convidado do seminário e participará dos debates. O filme é baseado em seu livro homônimo, que mostra a efervescência dos estudantes em Brasília contra o governo militar.
MEMÓRIA - O ano de 1968 foi marcado em todo o mundo por levantes estudantis, que protestavam em nome de uma reformulação ampla da sociedade. Naquele ano, o Brasil já passava por momentos de turbulência com a ditadura militar: o movimento estudantil brasileiro havia ganhado força, principalmente depois da morte do estudante Edson Luiz pela polícia, no Rio de Janeiro.
Embora fosse jovem ainda, a UnB protagonizou, em Brasília, um dos movimentos mais radicais do país. “Na UnB, o movimento estudantil já era muito forte, pois havia crescido desde 66. Teve uma repercussão muito grande”, explicou a coordenadora da CAL e professora aposentada do Departamento de História da UnB, Geralda Dias. “Entre os movimentos no Brasil, o da UnB foi o que mais radicalizou”, afirmou a professora.
A idéia de reunir estudantes de 1968 e alunos à frente do movimento hoje em dia tem como objetivo colocar em discussão as diferenças e semelhanças da mobilização nas duas épocas. De acordo com a professora Geralda, embora preservem a essência do movimento estudantil - principalmente no que diz respeito à luta por melhores condições dentro da universidade – há características bastante diversas entre os grupos.
“Hoje o movimento estudantil tem a democracia. Naquela época, os estudantes iam contra um sistema político, eles ultrapassaram as fronteiras da universidade. Era uma força política nacional de contestação que poderia desestabilizar o regime militar”, afirma. Confira abaixo a programação completa:
PROGRAMAÇÃO-10h: apresentação de curta-metragem com depoimento do ex-líder estudantil, Vladimir Palmeira; - 10h30: mesa-redonda O movimento estudantil e o Território livre do Campus da UnB, com o jornalista Antonio de Pádua Gurgel, o urbanista Lenine Bueno Monteiro e o artista plástico Xico Chaves. Coordenadora: professora de Sociologia da UnB, Maria Francisca Coelho;- 13h: lançamento e exibição do filme A rebelião dos estudantes – Brasília, 1968, de Antonio Pádua Gurgel;- 14h20: debate sobre o filme com Antonio Pádua Gurgel, com os estudantes e representantes do DCE, Fábio Felix e Luiza Oliveira e Norton Monteiro, irmão do ex-lider estudantil, Honestino Guimarães;- 15h: Sorteio de dez livros A rebelião dos estudantes, de Antonio Pádua Gurgel, com prefácio do jornalista Franklin Martins;- 15h30: roda de memória O cotidiano da UnB nos anos 1960 (depoimentos), com o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB Antônio Carlos Carpintero, com o o reitor da Universidade Federal de Mato Grosso, Paulo Speller, com o professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), Aurélio Vander Bastos e com a ex-deputada distrital Maria José Maninha. Coordenadora: professora do Departamento de História da UnB e diretora da CAL, Geralda Dias.

SERVIÇOO Seminário UnB: o ano de 68 e a rebelião dos estudantes, realizado na quarta-feira, dia 11 de junho, relembrará a luta estudantil no século XX no Brasil, no mundo e na UnB. O encontro, organizado pela Casa de Cultura da América Latina (CAL) da UnB, será no Anfiteatro 9 (ICC Sul), a partir das 10h, com entrada livre. CONTATOCoordenadora da CAL e professora do Departamento de História da UnB, pelo telefone 3321 5811.

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