quinta-feira, 4 de junho de 2009


FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0406200929.htm


São Paulo, quinta-feira, 04 de junho de 2009
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PM vai manter operação antipiquetes na USP
TALITA BEDINELLIDA

REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Militar voltou a ocupar ontem, pela segunda vez em uma semana, o campus da USP na zona oeste de São Paulo para impedir que funcionários em greve bloqueassem a entrada de prédios, como a reitoria. O policiamento deve ficar na universidade enquanto os piquetes dos funcionários grevistas continuarem, diz a PM.A presença da PM na universidade causou protestos de alunos e professores. A Adusp (associação dos docentes da USP) convocou assembleia extraordinária para hoje, em que os professores discutirão a questão e poderão entrar em greve.Em nota, a entidade manifestou repúdio à medida, que considerou "intimidadora", "autoritária" e uma "ameaça à comunidade universitária".Entre os 150 PMs mandados para o local, estavam policiais da Força Tática -tipo de tropa de choque que usa escudos, cassetetes e armas com balas de borracha e balas comuns.Na segunda-feira, eles também estiveram na universidade para cumprir um mandado de reintegração de posse pedido pela reitora Suely Vilela.Há uma semana, as entradas da reitoria da universidade estavam bloqueadas pelos manifestantes. Os grevistas impediam, com faixas e piquetes, o acesso de funcionários que não aderiram à paralisação.O mesmo bloqueio era feito, desde o início da greve, em 5 de maio, em outros seis prédios. Anteontem, manifestantes fecharam novamente os prédios.O comandante da PM responsável pela operação, Cláudio Longo, afirma que a polícia retornou porque houve descumprimento do mandado. "Isso é crime de desobediência civil", afirmou o oficial.Em protesto contra a operação policial, estudantes e professores se juntaram aos grevistas em frente à reitoria da universidade. Policiais e grupos de alunos chegaram a discutir, mas não houve confrontos.O Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo) afirmou, em nota, que apoia a medida judicial tomada pela reitora.O órgão afirmou que só retomará as negociações salariais, interrompidas na segunda retrasada, quando os piquetes na USP terminarem.Na última reunião, os reitores ofereceram aos docentes e funcionários da USP, da Unesp e da Unicamp 6,05% de aumento. Eles reivindicam 16%, mais um valor fixo de R$ 200.

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